Avsnitt

  • Depois de meses de escalada na disputa tarifária, Estados Unidos e China anunciaram, em conjunto, uma trégua de 90 dias nas tarifas recíprocas entre os dois países. Assim, as tarifas dos EUA sobre as importações chinesas vão cair de 145% para 30%. E as taxas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%. Para explicar como os dois lados chegaram ao acordo – divulgado após uma série de reuniões entre autoridades comerciais durante o fim de semana na Suíça -, Natuza Nery conversa com o economista Otaviano Canuto. Professor na Universidade George Washington, nos EUA, Canuto detalha como as tarifas de Donald Trump refletiram na economia americana. Ele, que foi vice-presidente do Banco Mundial e diretor-executivo do FMI, analisa se a trégua entre EUA e China afasta o temor de recessão. Direto da China, o professor Marcus Vinicius de Freitas detalha os efeitos do tarifaço no país asiático, e quais as respostas do governo de Pequim. Ele, que dá aulas na Universidade de Relações Exteriores da China, fala sobre como foram as negociações entre as duas partes. Marcus Vinicius fala ainda sobre o que esperar do encontro entre Lula e Xi Jinping, marcado para esta terça-feira, e o qual o status da relação entre Brasil e China.

  • Fincada no coração das cordilheiras do Himalaia, a região da Caxemira é rica em belezas naturais e em recursos hídricos. Um lugar estratégico onde os interesses de três países colidem: Paquistão, Índia e China. E palco de três guerras entre paquistaneses e indianos, em um conflito que dura quase 80 anos. A tensão histórica reacendeu em meados de abril, quando um ataque na região indiana da Caxemira deixou 26 turistas mortos, a maioria hindus. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, acusou o Paquistão pelo ataque. Do outro lado, o governo paquistanês negou e iniciou uma ofensiva contra o país vizinho. No sábado (10), o presidente americano Donald Trump anunciou uma trégua no conflito, mas, horas depois, Índia e Paquistão trocaram acusações de desrespeito ao cessar-fogo. As hostilidades colocam o mundo em alerta, já que os dois países têm armas nucleares. Para explicar as origens da disputa na Caxemira e o risco de uma escalada no conflito entre Índia e Paquistão, Natuza Nery recebe Gunther Rudzit. Doutor em Ciência Política pela USP e professor de Relações Internacionais da ESPM, Rudzit detalha o status da tensão recente entre os dois países, qual o tamanho do arsenal nuclear de cada lado, e como a China tem papel importante nesta história.

  • Saknas det avsnitt?

    Klicka här för att uppdatera flödet manuellt.

  • Passava das 18h no horário local, quando a esperada fumaça branca começou a sair da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano. No segundo dia de conclave, era o sinal que o mundo esperava: os 133 cardeais reunidos tinham um consenso sobre o novo papa. Nascido nos EUA, Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito e escolheu o nome de Leão XIV. A vaticanista Mirticeli Medeiros descreve quem é Prevost – foi ela que, no Assunto da última quarta-feira (7), data de início do conclave, alertou sobre a possibilidade de ele ser o novo papa. Direto da Praça de São Pedro, no Vaticano, Mirticeli volta a conversar com Natuza Nery para relembrar quem é Prevost e os significados em torno da escolha do nome Leão XIV. Ela responde se o novo papa representa continuidade em relação a Francisco, seu antecessor. E analisa os sinais dados por Leão XIV em seu primeiro discurso. Participa também, direto do Vaticano, o jornalista Gerson Camarotti. Comentarista da TV Globo, da GloboNews e colunista do g1, Camarotti relata como foi a campanha feita a favor de Prevost, cardeal que se naturalizou peruano. Camarotti relembra como Prevost atuou dentro da Igreja Católica e o que esperar da relação entre Leão XIV e o presidente dos EUA, Donald Trump, criticado por Prevost por sua política de imigração.

  • Em 2023, uma decisão unânime dos ministros do Supremo Tribunal Federal determinou que o Congresso redistribuísse as 513 vagas da Câmara com base nos dados do Censo de 2022 – o número de deputados é proporcional à população de cada estado. O STF deu até o dia 30 de junho deste ano para que a redistribuição fosse feita. Caso contrário, o TSE deveria fazer a redivisão. Com a aproximação do prazo final, a Câmara aprovou na última terça-feira (6), um projeto que amplia de 513 para 531 o número de deputados federais. Foram 270 votos a favor e 207 contra. Agora, o texto segue para o Senado. Para explicar os impactos políticos e econômicos do projeto, Natuza Nery recebe Lara Mesquita. Doutora em Ciência Política e professora na Escola de Economia da FGV de São Paulo, Lara detalha o que prevê o projeto e analisa se ele corrige, ou não, distorções de representatividade na Câmara dos Deputados.

  • "Extra omnes". Estas são as palavras ditas por um oficial do Vaticano ao fechar as portas da Capela Sistina. Do latim “todos para fora”, elas dão início ao processo sigiloso que, a partir da manhã desta quarta-feira, vai eleger o sucessor do Papa Francisco. A eleição do sumo pontífice terá a presença de 133 cardeais de 70 países – para que o novo papa seja eleito, é preciso que ele tenha 89 votos. Sem candidatos oficiais, o processo pode levar dias, como explica a vaticanista Mirticeli Medeiros em conversa com Natuza Nery neste episódio. Ph.D em história do catolicismo pela Universidade Gregoriana e correspondente da GloboNews na Itália, Mirticeli lista quais são os nomes cotados para ser o novo Papa e as chances de um cardeal brasileiro ser o escolhido por seus pares: “é improvável, mas não impossível”, diz. Direto de Roma, Mirticeli relata qual o clima na cidade e como o processo de “internacionalização” do colégio de cardeais pode dificultar um consenso. “Muitos nem se conhecem e há barreiras linguísticas”, diz. Ela conta quais temas foram discutidos nas reuniões pré-conclave e dá detalhes sobre figuras pouco conhecidas, os chamados “pope makers”, uma espécie de “cabo eleitoral” que ajuda cardeais indecisos a escolher um candidato.

  • A fraude bilionária que derrubou Carlos Lupi (PDT) do Ministério da Previdência abriu uma nova crise dentro do governo Lula. A oposição promete para esta semana a abertura de uma CPI para investigar o esquema que pode ter desviado mais de R$ 6 bilhões e atingido mais de 4 milhões de pessoas. Enquanto isso, o governo promete para os próximos dias o plano para ressarcir aposentados e pensionistas que foram lesados. Em conversa com Natuza Nery neste episódio, o repórter da GloboNews Guilherme Balza traça a linha do tempo desta fraude sem precedentes no INSS. Balza, que acompanha de perto o escândalo, relembra os sinais que mostram como o agora ex-ministro Carlos Lupi foi omisso sobre o esquema. Ele explica também como, em apenas um ato, o INSS liberou o desconto irregular em benefícios de mais de 34,5 mil aposentados. Para explicar os efeitos políticos da fraude, Natuza Nery recebe também a jornalista Daniela Lima. Colunista do g1 e apresentadora da GloboNews, Daniela revela como a investigação sobre esse caso pode ir além dos descontos em folha e o quais desdobramentos foram descobertos pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Daniela analisa ainda a dimensão política do caso e os possíveis desdobramentos de uma CPI sobre o escândalo.

  • Medicamentos como o Ozempic, o Wegovy e o Monjaro foram originalmente criados para tratar diabetes tipo 2, mas apresentaram desempenho surpreendente para combater também a obesidade. Estudos apontam que, sob orientação médica adequada, o uso desses remédios resulta em perda de até 20% do peso inicial do paciente. Produzidos a partir da semaglutida, substância que atua no controle da saciedade, os remédios são aplicados via injeção e tem o formato de uma “caneta”. A fama de solução milagrosa para o emagrecimento resultou numa verdadeira corrida às farmácias: o uso desenfreado, sem indicação médica ou supervisão, transformou esses medicamentos num problema de saúde pública. A lista de perigos envolve automedicação, contrabando, falsificações e até internações por uso inadequado. Por isso, a Anvisa decidiu que a receita médica deve ser retida no momento da compra dessas canetas emagrecedoras. Para explicar o que isso significa na prática, Alan Severiano conversa com o médico endocrinologista Bruno Geloneze, pesquisador principal do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC), da Unicamp. Geloneze também fala sobre os riscos do uso desenfreado desses remédios e diz quais são os benefícios para as pessoas que realmente precisam e fazem um tratamento completo – o que inclui mudanças na alimentação e estilo de vida.

  • Na semana em que a TV Globo comemora 60 anos, O Assunto reprisa o episódio especial sobre a novela Vale Tudo. Originalmente exibida entre 1988 e 1989, a trama marcou a história da televisão brasileira a partir do conflito ético: vale tudo para se dar bem? Escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, a novela aborda também aspectos fundamentais da sociedade brasileira. O remake de Vale Tudo, no ar desde o último dia 31 de março na TV Globo e no Globoplay, revisita os mesmos dilemas, mas sob a perspectiva do Brasil de hoje. A autora da nova versão, Manuela Dias, enfatiza o desafio de equilibrar o reconhecimento da obra original com a necessidade de surpreender o público, incorporando as inúmeras atualizações tecnológicas, culturais e sociais ocorridas desde então. “O maior desafio será matar Odete Roitman”, afirma Manuela, em entrevista a Natuza Nery - ela revela, inclusive, que já tem um suspeito em mente para assumir o assassinato. A dramaturga conta como fez para atualizar a trama ao mundo de 2025 sem descaracterizar personagens icônicos como a própria Odete Roitman, além de Raquel e Maria de Fátima. E para explicar a importância de "Vale Tudo" para a teledramaturgia e para a cultura brasileira, Natuza conversa também com a historiadora Martina Spohr, professora e coordenadora do laboratório de estudos sobre Estado, poder e sociedade da Escola de Ciências Sociais/CPDOC, da FGV do Rio de Janeiro.

  • Mark Carney, do Partido Liberal, conquistou nas urnas o direito de seguir como primeiro-ministro do Canadá, num pleito que teve quantidade recorde de votantes. A vitória de Carney consolida uma reviravolta no cenário político do país – até janeiro deste ano, as pesquisas apontavam favoritismo de até 80% para a oposição. Na linha do tempo eleitoral canadense, o ponto de inversão é claro: a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, em janeiro. “Ele foi o anti-cabo eleitoral”, resume Maurício Moura, professor da Universidade George Washington, com quem Natuza Nery conversa neste episódio. Assim que assumiu o cargo, Trump disparou uma série de provocações ao país vizinho, entre elas a ameaça de anexar o Canadá como o 51º estado americano. E mudou o foco da eleição. As críticas ao ex-primeiro-ministro Justin Trudeau foram suplantadas pelo discurso anti-Trump adotado por Carney – sucessor de Trudeau, que renunciou em março para evitar que o Partido Liberal perdesse o controle do Parlamento. A eleição no Canadá, explica Maurício Moura, é o ápice do “efeito Trump” até aqui: líderes que rivalizam com o americano vêm sua popularidade aumentar mundo afora.

  • Crise com imigrantes, ameaça de anexar o Canadá, saída da OMS, ofensiva contra universidades, declarações polêmicas sobre a Faixa de Gaza e a Ucrânia... A lista de ações nos 100 primeiros dias deste segundo mandato de Trump inclui brigas públicas, a abertura de uma guerra comercial contra os principais parceiros dos EUA e a desorganização de alianças históricas. Cem dias depois de sua volta à Casa Branca, pesquisa divulgada nos últimos dias pelo jornal The Washington Post, pela ABC News e pelo instituto Ipsos apontou que 55% da população desaprova seu governo. É o pior índice em 80 anos para um presidente nos 100 primeiros dias de mandato. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Felippe Coaglio, correspondente da Globo nos EUA. Ele fala direto de Iowa, estado que deu larga vitória a Trump e um dos pilares do agronegócio americano. Felipe relata o que escutou de fazendeiros sobre a guerra tarifária do presidente dos EUA: “há um clima de incerteza e estão penando com mão-de-obra", diz, ao citar a política anti-imigração do atual governo. Depois, Natuza recebe Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV, pesquisador da Universidade Harvard e do Carnegie Endowment. Oliver analisa quais foram as transformações profundas, dentro e fora dos EUA, que Trump colocou em curso em seus 100 primeiros dias na presidência. Para ele, a democracia americana enfrenta “a maior ameaça e o maior desafio” em mais de um século.

  • Fundada em 1636, a Universidade Harvard nasceu antes mesmo da Independência dos EUA (1776). Com 388 anos de vida, agora a prestigiosa instituição de ensino é considerada uma “ameaça à democracia” pelo presidente Donald Trump. Em mais um capítulo da batalha entre o presidente dos EUA e universidades do país, Harvard entrou com um processo contra o governo americano para impedir o congelamento de mais de US$ 2,2 bilhões em subsídios. No pano de fundo dessa disputa estão exigências feitas pelo governo Trump às universidades. Para a comunidade acadêmica e outras universidades do país, o que está em curso é a tentativa de interferência política. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Guga Chacra para explicar o que Trump quer e qual a resposta da universidade mais respeitada dos EUA. Comentarista da Globo em Nova York e colunista do jornal O Globo, Guga relembra como o presidente dos EUA usa o argumento de que as universidades americanas são palco de antissemitismo para pressionar por alinhamento político. Guga responde se o governo americano tem poder para impedir que Harvard aceite matrículas de alunos estrangeiros, uma das ameaças feitas por Trump a Harvard. Na conversa, Guga explica também o que permitiu que Harvard resistisse, ao contrário da postura adotada por Columbia, outra instituição que figura entre as mais respeitas do país. Ele analisa ainda as chances de o processo aberto por Harvard chegar à Suprema Corte dos EUA.

  • Um dia depois de a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União realizarem uma operação que acabou com o presidente do INSS demitido, o governo suspendeu o repasse para entidades e disse que aposentados e pensionistas prejudicados vão receber o dinheiro de volta. O caso revelado por uma operação na quarta-feira (23) é o início de um “escândalo”, afirma a jornalista Camila Bomfim em conversa com Natuza Nery neste episódio. Na quarta-feira, o agora ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e outros integrantes da cúpula do instituto foram alvo de uma operação que, segundo as investigações, beneficiava pelo menos 11 entidades suspeitas de descontar indevidamente o benefício de aposentados e pensionistas. A suspeita é que, entre 2019 e 2024, os desvios podem ter chegado a mais de R$ 6 bilhões. Colunista do g1 e apresentadora da GloboNews, Camila Bomfim lembra o que pesou contra Stefanutto e os indícios de que o caso pode levar a um escândalo ainda maior. Camila relata como o INSS, cujos dois últimos presidentes foram indicados pelo Ministro da Previdência, Carlos Lupi, se tornou uma fonte de preocupação para o governo do presidente Lula. “O que o Lupi entregou até agora foi problema”, diz, ao relembrar como a promessa de Lula de zerar a fila do INSS está longe de ser cumprida. Natuza Nery conversa também com Diego Cherulli, advogado e presidente do IBDP, o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário. Ele explica como, ao coordenar benefícios de milhões de brasileiros, o INSS é uma fonte de fraudes. “Os bloqueios a repasses a entidades deviam ter sido feitos já no ano passado”, diz, ao lembrar denúncias de fraudes escancaradas no instituto. Cherulli responde o que pode ser feito para evitar novos esquemas de corrupção no instituto e o que beneficiários podem fazer para se proteger.

  • Em 2024, a Justiça do Trabalho registrou mais de 258 mil processos de trabalhadores que pedem reconhecimento de vínculo empregatício. Trata-se de um aumento de 57% em relação ao ano anterior. E um número que reforça a tendência de crescimento da judicialização das relações empregador-empregado desde que a reforma trabalhista entrou em vigor, em 2018. O volume de ações sobrecarrega o sistema judiciário. Apenas no Supremo Tribunal Federal, a alta foi de 76% entre 2023 e 2024. Sob essa justificativa, o ministro Gilmar Mendes decidiu, no dia 14 de abril, paralisar todos os processos trabalhistas até que a Corte tome uma decisão colegiada sobre a modalidade de contratação de funcionários como Pessoa Jurídica, os chamados ‘PJs’. Para explicar as teses que irão pautar os votos dos ministros do Supremo no caso de repercussão geral a respeito das contratações em regime de Pessoa Jurídica, Natuza Nery entrevista Olívia Pasqualeto, professora de Direito do Trabalho da FGV-SP. Também neste episódio, Nelson Marconi, professor de Economia também da FGV-SP, apresenta os resultados da pesquisa que realizou sobre os impactos da pejotização.

  • A proposta nasceu em 2022, para poupar os manifestantes presos em protestos desde o resultado das últimas eleições presidenciais. Ela cresceu, acolheu outros projetos de lei e ampliou seu escopo: agora, quer perdoar toda e qualquer pessoa que tenha participado dos atos golpistas de 8 de janeiro – seja antes, durante ou depois daquele dia; um perdão que alcançaria o ex-presidente Jair Bolsonaro, denunciado pela PGR por tentativa de golpe de Estado . Nas últimas semanas, a oposição concentrou esforços em fazer o texto avançar na Câmara dos Deputados e conseguiu colher 262 assinaturas de deputados – o número mínimo são 257 – para protocolar o pedido de urgência na tramitação do Projeto de Lei. Agora é o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que decide se dá ou não prosseguimento à proposta. O governo trabalha para reverter parte do apoio à anistia: Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais, questionou parlamentares que integram a base aliada e votaram em favor do projeto. O governo espera também que, caso o PL passe na Câmara, seja barrado no Senado e considerado inconstitucional pelo Supremo. Para analisar as reais chances de a anistia avançar no Congresso e explicar as contradições no texto do Projeto de Lei, Natuza Nery conversa com Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo e comentarista da rádio CBN.

  • Jorge Mario Bergoglio nasceu e viveu a maior parte de sua vida em Buenos Aires, onde construiu uma carreira eclesiástica marcada pelo serviço aos mais pobres. Tornou-se padre e cardeal até que, em março de 2013, foi eleito para o cargo mais alto da Igreja Católica. Na história, foi o primeiro pontífice latino-americano, o primeiro jesuíta e o primeiro a adotar o nome Francisco. Em 12 anos de papado, Francisco promoveu uma modernização dentro da Igreja. Avaliado por muitos como um líder progressista, se posicionou sempre pelos mais vulneráveis, discursou contra guerras e contra a desigualdade social e trabalhou para abrir portas a mulheres e pessoas da comunidade LGBTQIA+. A trajetória do Santo Padre à frente do Vaticano se encerrou nesta segunda-feira (21). Ele morreu aos 88 anos, vítima de um AVC e de insuficiência cardíaca, um dia depois de dar a benção aos fiéis durante a missa de Páscoa, na Praça São Pedro. Entre fevereiro e março, o Papa já havia ficado 38 dias internado com pneumonia nos dois pulmões. Neste episódio especial, Natuza fala com Gerson Camarotti, comentarista da TV Globo e da GloboNews, sobre a vida e o legado do papa. Autor do livro "Segredos do Conclave", Camarotti relembra como foi a escolha de Bergoglio para o papado e diz o que esperar do próximo líder da Igreja Católica. Participa também Filipe Domingues, doutor em ciências sociais pela Pontifícia Universidade Gregoriana e diretor do Lay Centre, uma residência em Roma para alunos das universidades católicas. Ele conta como foram os últimos momentos do Papa Francisco.

  • “Alimento dos deuses”. É este o significado do nome científico da árvore do cacau, fruta que serve de matéria-prima do chocolate. O cacau viu seu preço disparar: em dezembro, o valor da tonelada do cacau passou de US$ 11,8 mil. Em dois anos, a alta acumulada é de 185%. A commodity atingiu o maior valor em 50 anos. A disparada impacta diretamente o preço dos ovos de Páscoa, que subiram quase 10% acima da inflação. Uma alta que não é sentida apenas no bolso. Para produzir o chocolate que chega às prateleiras, algumas marcas têm adicionado mais aditivos e açúcar, diminuindo a porcentagem de cacau no produto. Essa alteração muda o gosto do chocolate, e tem reflexos na saúde do consumidor. Para explicar os vários fatores que levaram à disparada do preço do cacau, Alan Severiano conversa com Ricardo Gomes, gerente de desenvolvimento territorial do Instituto Arapyaú, organização voltada para clima e desenvolvimento. Ricardo detalha quais são as oportunidades para o agro brasileiro e como a escassez da fruta afeta a qualidade dos produtos. Depois, Alan conversa com Luciana Monteiro, engenheira de alimentos. Especialista em chocolate, ela explica como o consumidor pode diferenciar o quais produtos são chocolate e quais não são, apesar de aparentar ser.

  • Quando a menina Sarah Raíssa foi velada, uma tia da garota fez um apelo: "explique o perigo que a internet oferece". Sarah, de 8 anos, foi encontrada desacordada pelo avô no início de abril. Ao lado dela estavam um celular e um frasco de desodorante. Ela foi levada ao hospital, mas morreu dias depois. Segundo a família, Sarah foi vítima de um “desafio” divulgado em redes sociais. O "desafio do desodorante" consiste em inalar o produto pelo maior tempo possível. A prática tem sido reproduzida por crianças e adolescentes que gravam vídeos para redes sociais, que alcançam milhares de visualizações. O caso de Sarah não é isolado. De acordo com o Instituto Dimicuida, o Brasil registrou 56 casos de crianças ou adolescentes que morreram ou ficaram gravemente feridos por causa de desafios irresponsáveis espalhados online desde 2014. E este número pode ser ainda maior, já que muitos casos podem nem chegar ao conhecimento de autoridades. Na semana passada, o Ministério da Justiça divulgou que planeja lançar um aplicativo para bloquear o acesso de crianças e adolescentes a redes sociais e outros conteúdos. Para explicar o que está em discussão no governo para proteger crianças e adolescentes brasileiros dos perigos online, Alan Severiano conversa com Lílian Cintra de Melo, secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça. Depois, Alan fala com Gabriela dos Santos Lusquiños, promotora de Justiça da Infância e Juventude do Rio de Janeiro. Gabriela fala sobre quais tipos de crime estão presentes nesses desafios e quem pode ser responsabilizado. Ela responde ainda sobre o limite entre invasão de privacidade e monitoramento de crianças e adolescentes na internet: “rede social é rua. Não tem segurança, um lugar onde crimes gravíssimos são praticados”, conclui.

  • Assim que voltou à Casa Branca para seu segundo mandato, Donald Trump nomeou como secretário de saúde Robert F. Kennedy Jr., um defensor de teorias da conspiração e cético das vacinas. No final de março, o governo dos EUA anunciou uma reestruturação na área: 10 mil funcionários do Departamento de Saúde devem ser cortados. O corte não se limita ao número de funcionários, mas também afeta bancos de dados, pesquisas e financiamentos de projetos mundo afora. E inclui o desmantelamento da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), principal órgão do governo americano responsável pela assistência de projetos humanitários ao redor do planeta. Em fevereiro, foram cancelados 90% dos contratos pelos quais a USAID financiava organizações que atuam em mais de 120 países, principalmente na África — o caso está na Justiça. Para falar sobre como esse desmonte afeta os Estados Unidos, mas tem um efeito dominó que respinga em todo o mundo, Alan Severiano conversa com Denise Garrett, médica infectologista e epidemiologista. Denise fala direto dos EUA e explica as consequências desse desmonte. Com mais de 30 anos de experiência em saúde pública, sendo duas décadas no CD C, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, ela avalia o risco de o país sofrer uma “fuga de cérebros” e os efeitos para toda a população mundial.

  • Com a guerra comercial aberta por Donald Trump, analistas e economistas passaram a relembrar a grande crise vivida pelos EUA quase um século atrás. Em 1929, a quebra da bolsa de Nova York abriu portas para uma grande recessão em solo americano, que teria efeitos globais, tanto econômicos quanto geopolíticos. Na esteira do chamado “crack da bolsa”, o então presidente Herbert Hoover aprovou a lei Smoot-Hwaley, aumentando tarifas sobre produtos importados. A lei gerou uma série de retaliações e agravou a situação da economia dos EUA. Para explicar as semelhanças e as diferenças do que está em curso e do que aconteceu em 1930, Alan Severiano recebe o professor da USP Simão Davi Silber. Presidente do conselho-curador da Fipe, Silber relembra os efeitos da chamada “Grande Depressão”, quando 1 em cada 4 norte-americanos perderam o emprego e o PIB dos EUA caiu 25%. Ele fala ainda sobre como a crise moldou políticas econômicas de todo o mundo e as consequências geopolíticas um século atrás. Silber responde ainda o que aquele momento da história nos ensina e quais erros não podem ser repetidos.

  • José Eduardo Franco dos Reis é filho de brasileiros, e nasceu no município de Águas de Prata, interior paulista. Mas viveu como descendente da nobreza britânica por mais de quatro décadas. Em 1980, quando tinha 22 anos, ele criou o nome fictício de Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield e assumiu uma nova identidade – com a qual exerceu a função de juiz. Munido da documentação falsa, ele foi aprovado na Universidade de São Paulo para o curso de direito. Depois, passou em um dos concursos mais disputados do país: a magistratura. De 1995 até 2018, quando se aposentou, José Eduardo assinou mais de 5 mil sentenças como juiz Edward. A fraude só foi descoberta em outubro do ano passado, quando ele tentou tirar uma nova via do RG. Após a denúncia ser aceita, o juiz aposentado virou réu e sua aposentadoria foi suspensa — seu paradeiro é desconhecido desde que ele prestou depoimento. Quem conta essa história é Reynaldo Turollo Jr., repórter do g1 que revelou o caso. Turollo detalha os bastidores da apuração e o que o homem contou à polícia quando foi ouvido. "Ele fala que teve um irmão gêmeo que foi adotado e criado por uma família nobre inglesa”, conta.