Avsnitt

  • A última quarta, dia 05, marca os 2 anos da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips, no Vale do Javari. Um caso que repercutiu no mundo todo, refletindo uma realidade de disputas e violência que marca a história desse lugar até então pouco conhecido e imenso.

    Mas muita coisa aconteceu na região antes e depois dos crimes. Para contar algumas destas histórias, na última quarta estreou no feed do Pauta Pública e do Amazônia Sem Lei o podcast Morte e Vida Javari.

    Resultado do trabalho investigativo do jornalista Rubens Valente, que é quem narra o podcast, o programa é fruto de uma extensa pesquisa em arquivos e mais de 40 entrevistas, entre lideranças indígenas, moradores da região, estudiosos e especialistas. Para falar sobre todo esse processo o Pauta recebe o próprio Rubens Valente, que neste papo conta também como o Vale do Javari espelha a própria história de ciclos de destruição e renascimento do país.

  • O ano é 1874, e o Barão de Teffé, um oficial da Marinha Brasileira que teve grande destaque durante a Guerra do Paraguai, é designado para comandar uma expedição com o objetivo de descobrir a nascente do rio Javari em uma remota área do território amazônico. No caminho, ele encontraria a tenaz resistência dos indígenas que já habitavam na região. Agora, 150 anos depois, a construção da memória de Teffé como um herói intocável precisa ser urgentemente reinterpretada.

  • Saknas det avsnitt?

    Klicka här för att uppdatera flödet manuellt.

  • Na última semana de maio, em meio à tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz do Brasil, uma nova fake news ganhou destaque nas redes sociais. Um vídeo de 2021, retirado de seu contexto original, circulou, acusando o governo brasileiro de importar toneladas de arroz sintético e contaminado.
    Embora essa informação já tenha sido desmentida, ela motiva uma discussão relevante neste episódio do Pauta Pública: o atual consumo de alimentos verdadeiramente prejudiciais à saúde, os ultraprocessados. Produtos alimentícios industrializados que recebem quantidades elevadas de gordura, conservantes, açúcar e sódio para realçar características artificiais e ser vendidos a baixos custos, presentes na dieta dos brasileiros, incluindo crianças.
    Para abordar esse tema, temos a participação de Yamila Goldfarb, integrante do Instituto Alimentação e Poder, onde conduz pesquisas e ações em prol do Direito Humano à Alimentação Adequada. Yamila é pesquisadora e pós-doutora pelo Programa de Desenvolvimento Territorial da América Latina na Unesp, e analisa a atuação das empresas na produção de alimentos e o impacto do consumo de ultraprocessados na saúde da população.

  • São Paulo tinha um dos hospitais referência no procedimento de aborto legal, o Hospital Vila Nova Cachoeirinha. Vale lembrar que, no Brasil, o aborto legal é garantido nos casos de estupro, quando o feto é diagnosticado com anencefalia e quando a gravidez causa risco de vida à pessoa gestante.

    Ainda assim, a prefeitura de São Paulo suspendeu o serviço de aborto legal prestado na unidade, alegando suspeitas de procedimentos ilegais.No entanto, conforme apurou uma reportagem publicada no site da Agência Pública, feita pela jornalista Amanda Audi, essa é uma história muito mal contada. Informações obtidas via Lei de Acesso à Informação mostram que não houve nenhuma denúncia de aborto ilegal no hospital desde 2019. Em outras palavras, o serviço foi suspenso sem nenhuma justificativa.

    O que aconteceu com o Hospital Vila Nova Cachoeirinha não é uma situação isolada e inclui a perseguição a profissionais de saúde que decidem cumprir com a obrigação ética e legal de realizar procedimentos de aborto nos casos permitidos pela lei. Para falar sobre essa apuração e a atuação contra o aborto legal no Brasil, o Pauta conversa hoje com a própria Amanda Audi e também com a ginecologista Helena Paro, que discorre sobre as investidas do Conselho Federal de Medicina contra pacientes que precisaram realizar o aborto legal e médicos que realizaram o procedimento.

  • Em dezembro de 2019, ocorreu o baile funk DZ7 na comunidade de Paraisópolis, São Paulo, com um público estimado entre 5 mil e 8 mil pessoas. Durante o evento, uma ação da polícia militar, conhecida como "Operação Pancadão", que visava reprimir festas de baile funk pela cidade, resultou na morte de nove jovens.

    Na época, a polícia justificou a operação violenta alegando que estavam perseguindo suspeitos que teriam entrado na festa em motos e que depois teriam sido atacados pela multidão com pedras e garrafas. Inicialmente, a polícia divulgou que a morte dos adolescentes foi por pisoteamento, no que seria uma fatalidade decorrente da confusão.N

    o entanto, a Defensoria Pública, juntamente com o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Universidade Federal de São Paulo (CAAF - Unifesp) reconstitui a sequência de acontecimentos da noite em um trabalho minucioso de análise que acabou desconstruindo a versão inicial da PM. O relatório revelou que o que ocorreu foi um cerco aos participantes do baile. Graças a este relatório, o Ministério Público de São Paulo indiciou 13 policiais, 12 por homicídio doloso qualificado e por expor pessoas ao perigo ao soltar explosivos.

    O Pauta conversa com a antropóloga e pesquisadora Desirée Azevedo, que conta detalhes sobre o trabalho realizado e discute as controvérsias envolvidas no caso. A criminalização da cultura periférica negra e a metodologia de violência policial são elementos que compõem o cenário do massacre de Paraisópolis e outras operações violentas das polícias em territórios periféricos. O programa também conta com a participação de Maria Cristina Quirino, mãe de Denys Henrique Quirino, morto aos 16 anos neste caso que não pode ser esquecido.

  • “Não é hora de procurar culpados", disse o governador Eduardo Leite no último domingo, dia 05, rebatendo críticas sobre sua condução diante do desastre climático que atinge o Rio Grande do Sul, que até o momento deixa mais de cem mortos e centenas de milhares de desabrigados, num cenário devastador.
    A prioridade é resgatar as vidas que ainda estão em risco e a elaboração de um plano de reconstrução do estado, porém é fundamental analisar as causas e as formas de enfrentamento desta que é a grande questão desse século: a emergência climática.

    Cientistas e ambientalistas do mundo todo concordam que desastres assim serão cada vez mais intensos e frequentes, então quais são as falhas e o que deve mudar urgentemente para construirmos uma política ambiental eficiente? Para falar sobre isso o Pauta recebe a ambientalista Suely Araújo. Urbanista e advogada, Suely é Coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima e foi presidente do Ibama entre 2016 e 2018.

  • Entre os dias 22 e 26 de abril, representantes de centenas de grupos indígenas de todo o país acamparam na Esplanada dos Ministérios no vigésimo Acampamento Terra Livre, cujo mote foi "Nosso marco é ancestral, sempre estivemos aqui".

    Para além da agenda de discussões e reivindicações trazidas no evento, a frase "sempre estivemos aqui" assinala a extensão de todo um mundo indígena do qual pessoas não indígenas sabem muito pouco. E isso inclui um grande número de indígenas isolados ou de recente contato que vivem hoje no país.

    De acordo com a Funai, existem registros de 114 grupos isolados no Brasil, em sua maioria localizados na Amazônia Legal. Ainda que optem pelo isolamento, esses grupos seguem submetidos a diversas ameaças que adentram seus territórios através do garimpo, da exploração madeireira, da grilagem de terras, da criação de gado, da caça e pesca ilegais.

    Para trazer uma panorama sobre a situação dos grupos isolados do país, os riscos que enfrentam e que tipo de proteções precisam, o Pauta Pública recebe Antenor Vaz. Físico, educador e indigenista, Antenor Vaz atuou nas políticas públicas para indígenas isolados e de recente contato pela Funai desde 1987. Foi coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari, entre 2006 e 2007 e atualmente é Consultor internacional para metodologias e políticas de proteção aos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato.

  • No dia 16 de abril o Senado aprovou em segundo turno com gritantes 52 votos a favor e 9 contra, a Proposta de Emenda à Constituição que criminaliza o porte e a posse de drogas independente da quantidade. A legislação brasileira vai na contramão de um movimento internacional de repensar as políticas antidrogas.

    Um detalhe importante para entender o que está em jogo com essa proposta é que essa PEC não estabelece qual a quantidade que separa usuário de traficante, deixando a cargo da avaliação subjetiva da justiça.

    Uma matéria de 2019 da Agência Pública conta que em São Paulo pessoas negras são mais condenadas por tráfico com menos quantidade de drogas.

    O que essa nova PEC faz, portanto, é oficializar o caráter explicitamente racista da política antidrogas, que envolve desde quem é abordado pela polícia a quem é mais punido pela justiça.

    Para falar sobre isso o Pauta recebe neste episódio Ingrid Farias, fundadora da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas, a RENFA. A Ingrid é Especialista em política de drogas redução de danos e participação política na América Latina e conversa com Andrea Dip e Clarissa Levy sobre os impactos caso essa PEC avance o que ela representa e também que caminhos mais interessantes o Brasil poderia escolher que vá para além do discurso punitivista e do aparato de repressão das polícias.


    Não esqueça de seguir e curtir o Pauta Pública nas plataformas de áudio.

    Disponível em Amazon Music, Apple Podcasts, Castbox, Deezer, Google Podcasts, Spotify ou no seu tocador favorito.
    ====

    PARCERIA RÁDIO GUARDA CHUVA Conheça o podcast Cirandeiras.


    Quem faz o Pauta:
    Apresentação: Andrea Dip e Clarissa LevyProdução: Ricardo TertoApoio de produção: Stela DiogoPauta e Entrevista: Andrea Dip e Clarissa LevyRoteiro, Edição e Mixagem Final: Ricardo TertoArtes e ID Visual: Tayná GonçalvesCoordenação de Redes Sociais: Ravi SpreiznerChamadas e teasers: Breno AndreataTrilha original composta por: Pedro Vituri contato: [email protected]

  • Em abril, Elon Musk, que já demonstrou aproximação com a agenda da extrema direita, acusou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, de censura autoritária no Twitter. O empresário ameaçou desobedecer às leis brasileiras, aumentando as tensões sobre liberdade de expressão e o uso de redes sociais para espalhar discursos de ódio.

    Essas alegações coincidem com o lançamento do "Twitter Files Brazil", divulgado pelo jornalista Michael Shellenberger, que inclui e-mails trocados entre advogados do Twitter, acusando Moraes de censura e de exigir dados de usuários sem autorização. Uma série de inconsistências acabaram por demonstrar que as acusações eram menos revelações bombásticas e mais uma estratégia da extrema-direita nas redes, que tenta incluir crimes de ódio e ataques dentro da falácia de liberdade de expressão.

    Neste episódio o Pauta recebe a advogada e ativista de direitos digitais, Estela Aranha, ex-titular da Secretaria dos Direitos Digitais no Ministério da Justiça e presidente da Comissão de Proteção de Dados do Conselho Federal da OAB. Além de detalhar a fragilidade jurídica das acusações de censura por Elon Musk e ataque às Instituições, Estela explica as nuances desta disputa que se intensifica em ano eleitoral. A entrevistada reacende o debate sobre a responsabilidade das plataformas digitais e a necessidade de regulamentação das redes.

  • Nunca os mais ricos foram tão ricos. Semana passada saiu a lista anual da Forbes que mostra quem são os maiores bilionários do mundo. A lista aponta que a fortuna somada dos super ricos em 2024 chegou a 14,2 trilhões de dólares, um recorde histórico e que representa um aumento de mais de 1 trilhão com o ano anterior - que também foi recorde.

    Segundo relatório da OXFAM de janeiro de 2024, 63% da riqueza do Brasil está nas mãos de 1% da população enquanto 27% dos ativos financeiros do país estão na mão dos 0,01% mais ricos. No entanto, é justamente quem está no alto da pirâmide quem proporcionalmente paga menos tributos, o que aumenta ainda mais o desequilíbrio entre quem contribui e quem recebe os benefícios do Estado.

    Essa desigualdade causa sérias consequências para a sociedade, pois quando um grupo minúsculo detém tamanho poder, é capaz de influenciar as leis e desafiar a democracia.

    Para trazer uma panorama dessa situação e a urgência do avanço da Justiça tributária, como a taxação de grandes fortunas, o Pauta Pública recebe a pesquisadora e professora Eliane Barbosa, autora do livro Tributação Justa, Reparação Histórica - uma discussão necessária, lançado pela editora Casa do Direito. Eliane detalha de forma acessível porque bilionários e impostos são uma conta que não fecha.

  • “É o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Sem eles, você não vai montar a milícia.”
    Dia 24 de março a Polícia Federal prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão, além do seu irmão o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão e o ex-chefe da polícia civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, acusados de encomendar e articular a morte de Marielle Franco e atrapalhar as investigações do caso. A motivação, segundo a PF, seria uma disputa política por um terreno no RJ, localizado em área dominada por milícias.
    Para o convidado do Pauta dessa semana essa resposta é incompleta. O sociólogo José Cláudio Souza Alves é um dos grandes estudiosos do tema e há mais de 30 pesquisas sobre o surgimento e expansão das milícias.
    Nesta conversa com Andrea Dip e Clarissa Levy, José Cláudio detalha quais elementos são necessários para a implantação deste tipo de crime em um território e como o poder do Estado se torna imprescindível para sua organização e crescimento. Para ele, ainda estamos no começo da relação entre milícia e Estado, que remete à própria história do país e que ainda estamos distantes de compreender em toda sua complexidade.

    Não esqueça de seguir e curtir o Pauta Pública nas plataformas de áudio.Disponível em Amazon Music, Apple Podcasts, Castbox, Deezer, Google Podcasts, Spotify ou no seu tocador favorito.

    ====PARCERIA RÁDIO GUARDA CHUVA

    Conheça o podcast Finitude ====

    Quem faz o Pauta:

    Apresentação: Andrea Dip e Clarissa Levy||
    Produção: Ricardo Terto ||
    Apoio de produção: Stela Diogo
    Pauta e Entrevista: Andrea Dip e Clarissa Levy ||
    Roteiro, Edição e Mixagem Final: Ricardo Terto ||
    Artes e ID Visual: Tayná Gonçalves ||
    Coordenação de Redes Sociais: Ravi Spreizner ||
    Chamadas e teasers: Breno Andreata ||
    Trilha original composta por Pedro Vituri
    contato: [email protected]

  • A derrubada do Presidente João Goulart, articulada pela Força Militar, entre 31 de março e 2 de abril de 1964 marca o início do Golpe Civil-Militar ou Ditadura Militar no Brasil. Com a justificativa de ser uma espécie de "governo de transição" temporário para um retorno à normalidade, o intervenção foi o início de um regime marcado por violência, torturas, perseguição política e mortes, que durou 21 anos. Muito tempo.
    A retomada da democracia se deu a partir do que se comprovou ser um acordo frágil de silêncio e impunidade. Mas familiares de desaparecidos, vítimas de violência e grupos da sociedade civil rejeitaram esse pacto e ao longo dos governos democráticos que sucederam a ditadura, houve diversos tipos de atos em homenagem às vítimas desse período sombrio da história do Brasil. Buscando para além da memória, a reparação.

    No aniversário de 60 anos do golpe, no entanto, ocorre uma surpresa, o presidente Lula decide ordenar o cancelamento, oficialmente, de atos em memória dos mortos e desaparecidos da Ditadura, que seriam realizados pelos ministérios da Cidadania e da Defesa. Segundo o Presidente é uma tentativa de evitar confrontos com os militares diante do avanço das investigações sobre articulação golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.Será que estamos mesmo superando o passado, ou nos condenando a repetí-lo?

    Neste episódio especial e com uma abertura diferente, o Pauta traz uma entrevista gravada há alguns meses. Natalia Viana e Guilherme Amado entrevistam o diretor da Escola de Ciências Sociais da FGV, Celso Castro. Antropólogo, historiador, escritor e pesquisador, Celso é um dos nomes mais importantes do país no estudo dos militares e nessa conversa detalha, para além dos eventos recentes, a ideologia militar que é de onde vingaram os planos de rupturas democráticas.

    Como é construída essa doutrina e como caminhamos para esse momento em que os militares retornaram à política, dessa vez entranhados em governos democraticamente eleitos. Vamos entender um pouco mais sobre o militarismo de ontem e hoje.

  • No último dia 13 de março, a Agência Pública promoveu como parte da celebração de 13 anos de sua história, três debates sobre o futuro da democracia em diferentes perspectivas – do jornalismo ao clima. A conversa de encerramento do evento mergulhou na discussão sobre Antropoceno e Mudanças Climáticas.

    A mesa propôs um diálogo entre o ativista e escritor Ailton Krenak, o climatologista Carlos Nobre e a jornalista Daniela Chiaretti, mediado por Giovana Girardi, chefe da cobertura socioambiental da Pública.

    No debate, repleto de momentos marcantes, Ailton Krenak falou sobre a necessidade de conhecer a cosmovisão sobre as mudanças climáticas e trouxe imagens bem vívidas de como de tanto "comer a terra e os oceanos" e se ver como uma espécie afastada das demais, o ser humano caminha para o seu próprio fim. O cientista Carlos Nobre detalhou porque é importante chamarmos de Antropoceno esse momento em que vivemos e o que nos espera para um futuro muito próximo de aquecimento das temperaturas. Em paralelo, Daniela Chiaretti refletiu sobre o papel fundamental de comunicar para as pessoas a gravidade do que estamos vivendo e porque é urgente uma mudança geral na sociedade.

    Escute a conversa no novo episódio do Pauta Pública e para conferir na íntegra todas a programação do evento de aniversário, é só acessar o Youtube da Pública.

  • O controle do congresso sobre o orçamento é um processo que vem acontecendo de forma impositiva e pode comprometer o futuro do país. Desde que o Orçamento Impositivo foi instituído em 2015 pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o jogo da governabilidade deu um giro no Brasil, inaugurando uma nova era política no país.

    Mais tarde, no governo Bolsonaro, com as emendas do relator, apelidadas de Orçamento Secreto, a Câmara centralizou um poder inédito que deu a Arthur Lira status de um dos homens mais poderosos da política. Ainda que as Emendas do Relator tenham sido suspensas pelo STF em novembro de 2021, hoje o legislativo concentra boa parte do poder sobre os recursos do orçamento para interesses que muitas vezes não se alinham com o projeto político do governo, levando à chamada governabilidade a uma encruzilhada.

    Essa disputa impacta como políticas públicas são aplicadas ou negligenciadas em áreas como Saúde, Educação, Segurança e Meio-ambiente e são especialmente decisivas em um ano eleitoral. Mas como funciona esse jogo político complexo e quais as possibilidades do governo para manobrar diante do poder cada vez maior da Câmara e, por consequência, do chamado centrão?

    Para tentar entender um pouco mais sobre o cabo de guerra do orçamento entre o governo e o Congresso, o Pauta recebe o jornalista Mateus Vargas. Formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mateus já passou por veículos como o Estado de S. Paulo e pelos sites JOTA e Poder360 e atualmente escreve para a Folha de S. Paulo.

    Para saber mais:

    https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/02/congresso-controla-ao-menos-30-da-verba-de-[…]l?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=comptw


    https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/03/saude-aumenta-teto-para-emendas-e-tenta-aliviar-pressao-do-congresso.shtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwa

  • "A nossa população marajoara precisa sim de oportunidades não de esmola. Muitas pessoas estão desesperadas com essas falsas notícias."

    Desde que em 2019, a ex-ministra do governo Bolsonaro e agora senadora, Damares Alves, fez acusações alarmantes e sem provas sobre casos de abusos sexuais na região de Marajó, no Pará, de tempos em tempos a região passou a ser alvo de campanhas de fake news.

    Recentemente voltou a ser veiculado o boato de que na ilha crianças eram mutiladas para facilitar abusos e que bebês recém-nascidos sofriam violência sexual, tendo grande repercussão inclusive entre influenciadores digitais.

    Mas o que está por trás desse tipo de difamação e qual é a verdadeira vulnerabilidade social no território? Para se aprofundar melhor nessa história o Pauta Pública recebe a ativista Irmã Henriqueta Ferreira Cavalcante, um dos nomes mais reconhecidos na luta contra a exploração sexual no Pará, cuja a trajetória a fez bater de frente com abusadores e oportunistas a ponto de precisar andar com escolta policial devido às ameaças de morte que sofreu.

    Neste episódio Irmã Henriqueta detalha o impacto que esses boatos tem na vida das crianças da comunidade e como se dá a verdadeira atuação contra casos de abusos sexuais na região de Marajó, para além do sensacionalismo.


    Para saber mais:Referência no combate à violência sexual diz que Damares não protegeu crianças do Marajó: https://apublica.org/2022/10/referencia-no-combate-a-violencia-sexual-diz-que-damares-nao-protegeu-criancas-do-marajo/

    Políticos bolsonaristas pagaram para impulsionar denúncias falsas sobre Marajó:
    https://apublica.org/2024/02/politicos-bolsonaristas-pagaram-para-impulsionar-denuncias-falsas-sobre-marajo/

  • Citações bíblicas, personagens do Velho Testamento, tom de pregação e defesa da união entre política e religião marcaram os discursos da última manifestação convocada pelo ex-presidente Bolsonaro e aliados. "Por um bom tempo fomos negligentes ao ponto de falarmos que não poderia misturar política com religião, e o mal ocupou o espaço”, disse Michelle Bolsonaro durante a manifestação, que foi convocada após o avanço das investigações sobre a participação do ex-presidente na tentativa de golpe.

    O apelo à ideia de luta “do bem contra o mal”, evocando simbologias religiosas de “uma guerra santa” não é novidade no movimento bolsonarista. Contudo, chama atenção a intensificação e protagonismo destes discursos. Em novo episódio, o podcast Pauta Pública mergulha nas dimensões religiosas da manifestação. João Cezar de Castro Rocha, historiador e professor de literatura comparada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), destrincha e reflete sobre como a Teologia do Domínio aparece em discursos e apostas do movimento ligado a Bolsonaro.


  • “O genocídio está associado a todas políticas de Estado que estão ligadas a destruição de um povo”, diz o convidado deste episódio.

    Em uma entrevista coletiva durante a reunião da cúpula da União Africana, na Etiópia, Lula comparou o que está acontecendo na Palestina hoje, onde aproximadamente mais de 30 mil pessoas foram mortas em ataques do exército de Israel, sendo a maioria delas mulheres e crianças, com o que ocorreu na segunda guerra mundial contra o povo judeu.

    O contexto da fala se deu quando o presidente comentava a decisão de alguns países de suspenderem o repasse financeiro à uma agência da ONU, responsável por prestar assistência humanitária a refugiados palestinos, logo após Israel levantar a suspeita de que nela haveriam infiltrados do grupo Hamas.

    A repercussão da fala foi enorme, abalando a diplomacia entre os dois países e levantando inúmeros debates sobre Sionismo, a suposta excepcionalidade do Holocausto e Antissemitismo. Para trazer mais contornos às feridas históricas do conflito em Gaza e a fala de Lula sem perder de vista a escalada do conflito, cada vez mais brutal, em Gaza, o Pauta Pública recebe hoje o jornalista Breno Altman.

    Fundador do site Ópera Mundi, Breno, que é judeu, vem sendo uma das vozes mais ativas nesse debate. Ele é autor do livro “Contra o sionismo - retrato de uma doutrina colonial e racista” publicado pela editora Alameda”.


  • Em janeiro, a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, definiu como consequência do Racismo Ambiental a tragédia que aconteceu na zona metropolitana do Rio de Janeiro, quando 12 pessoas morreram por causa das chuvas extremas.

    Para muita gente o termo pode ser novidade, mas, diferente do que tentou transmitir a extrema-direta nas redes sociais, o Racismo Ambiental é um conceito estudado há décadas. O termo ajuda a descrever como populações mais vulneráveis são afetadas de forma diferente por transformações climáticas e explica de que maneira isso tem a ver com acesso à diretos negados historicamente a determinados grupos raciais.

    Para se aprofundar neste assunto, o Pauta hoje recebe a jornalista e pesquisadora Mariana Belmont. Organizadora do livro “Racismo Ambiental e Emergências Climáticas no Brasil” (Oralituras, 2023) e com extensa participação em inúmeros de projetos de comunicação de políticas públicas, Mariana traz nessa conversa as origens do termo, fala sobre o fenômeno que ele descreve e argumenta sobre a importante diferença entre Racismo Ambiental e Justiça Climática.

  • “O caso Marielle abriu um buraco no submundo do RJ” comenta o repórter investigativo Rafael Soares, convidado do Pauta Pública desta semana.

    Nesta entrevista com Andrea Dip e Clarissa Levy, o jornalista conta como milícias vivem momento inédito em sua fase atual e como Estado foi fundamental não só em sua criação, mas em sua expansão.

    Ele também também analisa as revelações que podem surgir a partir da suposta delação do ex-policial Ronnie Lessa que apontaria Domingos Brazão como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, um caso que ainda tem muitas questões a serem esclarecidas.

    Rafael Soares é repórter do jornal O Globo e autor de “Milicianos - Como agentes formados para combater o crime passaram a matar a serviço dele” (Ed. Objetiva 2023).

  • O Pauta 105 aborda as acusações de espionagem ilegal envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, que, segundo a Polícia Federal, no período em que foi comandada por Alexandre Ramagem, entre 2019 e 2021, teria monitorado políticos, jornalistas e figuras públicas através de um software israelense chamado FirstMile.

    No total, a PF acredita que só por este software, pelo menos 30 mil pessoas tenham sido monitoradas.Porém, reportagens indicam que a Abin não é o único órgão que pode ter utilizado sistemas de espionagem irregulares no Brasil e nem o FirstMile é o único software desse tipo adquirido por secretarias e governos nos últimos anos.

    No novo episódio do Pauta, o repórter Caio de Freitas Paes, que está apurando essa história na Agência Pública há meses, traz informações preocupantes sobre qual pode ser a extensão do uso dos sistemas de monitoramento.

    Não esqueça de seguir e curtir o Pauta Pública nas plataformas de áudio.

    Disponível em Amazon Music, Apple Podcasts, Castbox, Deezer, Google Podcasts, Spotify ou no seu tocador favorito.

    ====PARCERIA RÁDIO GUARDA CHUVA

    Saiba mais sobre os outros podcasts da rede aqui.

    ==== Quem faz o Pauta:

    ● Apresentação: Andrea Dip e Clarissa Levy||
    ● Produção: Ricardo Terto ||
    ● Pauta e Entrevista: Andrea Dip e Clarissa Levy ||
    ● Roteiro, Edição e Mixagem Final: Ricardo Terto ||
    ● Artes e ID Visual: Tayná Gonçalves||
    ● Coordenação de Redes Sociais: Ravi Spreizner ||
    ● Chamadas e teasers: Breno Andreata ||
    ● Trilha original composta por Pedro Vituri contato: [email protected]