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Dizem que quando Teseu aportou no cais ateniense, um rico admirador o levou até as docas e mostrou uma réplica perfeita do seu navio. O admirador lhe disse que aquele era o seu verdadeiro navio, reconstruído com todas as mínimas partes que haviam sido descartadas. O velho Teseu deu uma enorme gargalhada e afirmou categoricamente que aquele era, no máximo, um fóssil bem preservado de seu navio antigo, e concluiu, “O meu navio jamais se deixaria capturar pelos paradoxos de um rico e sedentário colecionador”. No podcast desta sexta conversamos sobre o paradoxo da identidade e nos perguntamos “o que significa mudar?”
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Ficha TécnicaCapa: Felipe Franco
Edição: Pedro Janczur
Ass. Produção: Bru Almeida
Texto: Rafael Trindade
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Uma tragédia anunciada é aquela onde não importam as atitudes, tudo vai acabar mal. É assim que estamos acostumados a pensar o triângulo amoroso. Quando o terceiro elemento aparece na vida de um casal, imaginamos necessariamente que a história vai acabar levando ao sofrimento de todos os envolvidos. É para contrariar este imaginário que, no podcast desta sexta, formamos um trio para pensar sobre os triângulos amorosos e a necessidade de encontrar outras narrativas para além da trágica. Sempre existe a possibilidade de encontrar “três tigres felizes” pelo caminho.
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Gabriela JacquesRafael LauroRafael TrindadeLinks
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Ficha TécnicaCapa: Felipe Franco
Edição: Pedro Janczur
Ass. Produção: Bru Almeida
Texto: Rafael Lauro
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Saknas det avsnitt?
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Nesta sexta-feira, convidamos o filósofo e psicanalista Daniel Omar Perez para responder uma pergunta que muitos se fazem: Por quê Freud? Qual é a relevância e a importância deste autor e de sua invenção, a psicanálise, para os nossos tempos? Em nossa conversa passamos por temas fundamentais como sexualidade, clínica, capitalismo, além da relação entre psicanálise e ciência. Se você quer começar os estudos de Freud, acreditamos que este programa é um bom primeiro passo.
Participantes
Daniel Omar PerezRafael LauroRafael TrindadeLinks
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Edição: Pedro Janczur
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Fomos jogados no mundo. Estamos à deriva e condenados a limites postos muito antes de nascermos. E são muitas as demarcações: biológicas, históricas, sociais, econômicas... Por isso, viver é, em sua maior parte, nunca realmente realizar-se. A maioria dos sonhos se perdem no ar quando o peso da realidade se impõe. Boa parte do tempo, ser no mundo é ter que enterrar sonhos que já nasceram mortos. No podcast desta podcast, pensamos a vida como uma luta constante, onde cada um se esforça o máximo que pode. Às vezes parece que o máximo que podemos dizer sobre os nossos planos é: “vou sendo como posso”.
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Para o coração, a vida é simples: ele bate enquanto puder, e então para. O problema é que, às vezes, não importa o que aconteça, ele não quer parar, e continua seu ímpeto cego, batendo “não” em cada batida. Parece uma grande crueldade interromper o seu ritmo, mas como fazê-lo entender como a vida é complicada para nós? No podcast desta semana conversamos sobre a possibilidade de uma boa morte (eutanásia, do grego eús + thánatos), e sobre a necessidade de ir convencendo este músculo teimoso de que já um dia não existirá motivo para tanto esforço.
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A vida e o universo têm um destino similar: nascer, viver e morrer. Neste ínterim, tudo está em constante movimento, se misturando, se refazendo e se recriando. Somos nós quem, equilibrados no alto da colina, com cicatrizes e sonhos, conciliamos passado e futuro para tirar o melhor possível do momento presente. Não é fácil, vive sem conforto quem aceita neste raro momento finito viver. Aos que aprenderam a enterrar seus deuses, não há a esperança de uma vida depois da morte, e deixar a festa da vida se torna ainda mais doloroso. Tudo bem, resta ao menos o consolo de “existir vida antes da morte”.
Participantes
Robson MattosRafael LauroRafael TrindadeLinks
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Todos nós morremos duas vezes: a primeira no dia em que o coração para e a segunda quando somos esquecidos. Para alguns, porém, esse processo é terrível, pois morrem muito antes da hora e são condenados a sumir como se nunca tivessem existido. A ditadura brasileira fez isso com milhares de pessoas. Então, temos uma missão: redimir os mortos de seu esquecimento, e dar aos fatos uma leitura que faça jus àqueles e àquelas que não puderam deixar suas perspectivas sobre o ocorrido. No podcast desta sexta, ouvimos, a partir de Walter Benjamin e do novo filme de Walter Salles, os sussurros dos injustiçados, e eles dizem: “ainda estamos aqui”.
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Nietzsche - Eterno RetornoTexto lidoLive no YouTubeOutros LinksFicha Técnica
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Será que somos tão racionais quanto pensamos ser? Parece que nossa racionalidade não é a característica da qual mais deveríamos nos orgulhar, afinal, aumentamos a capacidade de produzir, mas continuamos distribuindo muito mal esta produção. O capital é irracional e as coisas não vão bem. É bem óbvio que razão a justiça não andam de mãos dadas nesta sociedade. No programa desta sexta, recebemos dois convidados muito especiais para pensar sobre estes assuntos e concluímos que “a luz no fim do túnel é o trem”.
Participantes
Flávia SaianiAdriano SkodaRafael LauroRafael TrindadeLinks
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Convidamos a filósofa e psicanalista Isadora Petry para responder à pergunta “por que Nietzsche?”. O programa mostrou a força dos conceitos deste filósofo da suspeita, e tentou esclarecer as más interpretações que nascem do seu tom, no mínimo, polêmico. Isadora mostrou todo o seu amor e conhecimento pela obra de Nietzsche, sem abrir mão das críticas necessárias e apontar para as limitações do filósofo. No fim das contas, tivemos uma ótima conversa, dedicada especialmente àqueles que querem conhecer um pouco mais sobre o filósofo mais bigodudo de todos os tempos.
Participantes
Isadora PetryRafael LauroRafael TrindadeLinks
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Há um aprendizado que se dá no contato direto entre os corpos, e o sexo é uma forma de fazer os corpos se entenderem. No entanto, estamos soterrados por discursos moralistas e imagens de como ele deveria ser. Como podemos redescobrir essa sabedoria disposta sobre a pele? No podcast desta sexta feira recebemos a Abhiyana, do podcast Textos Put0s, para conversar sobre erotismo, partindo da ideia de que toda experiência sexual é coletiva, até mesmo a masturbação. Se dildos, massageadores, sugadores e vibradores não são substitutos, então podemos dizer tranquilamente que “isto não é um consolo”.
Participantes
AbhiyanaRafael LauroRafael TrindadeLinks
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À primeira vista, bem e mal parecem lados claramente distintos. Na verdade, eles possuem suas sutilezas. Hannah Arendt popularizou a ideia de banalidade do mal, aquela ação que claramente prejudica os outros, mas que é feita de maneira irrefletida, e tomou como caso exemplar o julgamento de Eichmann, que se defendia dizendo estar apenas seguindo ordens. Agora, como será que isso funciona no caso das boas ações? No podcast desta sexta conversamos sobre esta possibilidade e a batizamos de "banalidade do bem".
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Quem nunca teve vontade de sumir? Ser qualquer outra coisa: a gota d’água escorrendo pela janela da sala, o casal de namorados de mãos dadas do outro lado da rua, o pássaro voando alto no céu. A consciência tem a estranha capacidade de ser engolida pelas coisas. A tristeza às vezes nos traz o desejo de fugir de nós mesmos, mas a beleza também nos convida a ser outras coisas. Preferimos esta segunda opção e, no podcast desta sexta, conversamos sobre a possibilidade de tomar “um belo chá de sumiço”.
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Para quê serve o Mindfulness? A intenção é a de não se apegar aos pensamentos, apenas observá-los, sem julgamentos. Mas a pergunta se torna mais interessante quando questionamos: a quem serve o Mindfulness hoje? Parece que ele foi roubado das florestas do Tibet pelos empresários da Faria Lima. O que nasceu de uma prática espiritual acabou se tornando um exercício guiado por coaches. No podcast desta semana, denunciamos este “assalto de conceito” por meio de cinco definições de Mindfulness.
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É uma grande responsabilidade a brincadeira de levar alguém a sentir. A arte anda próxima da loucura, está até no senso comum que os artistas são meio malucos. Será que existe uma relação entre a sensibilidade nas artes e nas paixões? No podcast desta sexta conversamos sobre este tema, tentando entender como ser mais sensível para uma dor pode fazer de alguém um poeta. Ao tomar contato com determinadas obras, parece que estamos pegando carona “na garupa do biruta”.
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Qual a relevância do pensamento de Gilles Deleuze para os nossos tempos? Por que ele se tornou um dos maiores nomes da filosofia francesa? Para resumir, por que Deleuze? O programa desta sexta-feira inaugura um novo formato no Imposturas Filosóficas, onde um convidado responde perguntas tentando justificar a importância de um assunto, autor(a) ou tema. Neste primeiro episódio, convidamos o professor Sandro Kobol Fornazari (UNIFESP) para falar de um filósofo que muito nos interessa.
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Sandro Kobol FornazariRafael LauroRafael TrindadeLinks
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Tantos os quereres que permanecem guardados dentro da gente. Fato é que cada um de nós contém suas próprias multidões, e elas travam uma batalha interna, nos dilacerando em várias direções. Para encontrar sentido nesse carnaval, parece que precisamos lapidar o desejo. É por isso que oferecemos alguma resistência e dizemos “não” para muitas das nossas vontades. No podcast desta sexta conversamos sobre a bela e cruel necessidade de “lapidar a bruta flor”.
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Nós acreditamos que o futuro será melhor que o passado. O problema é que esta concepção de progresso, herdeira de muitas ideias anteriores, está cooptada pelo pensamento capitalista. Então, uma pergunta se faz necessária: progresso pra quê e pra quem? Ao tentar responder esta pergunta, vemos que os melhoradores da humanidade estão mais preocupados com o próprio bolso que com a sociedade, e que na busca desenfreada pelo lucro se tornaram os “profetas de um mundo sem futuro”.
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Capitalismo como Religião – Walter Benjamin
O Bem viver – Alberto Acosta
Crepúsculo dos Ídolos – Friedrich Nietzsche
Novo Iluminismo – Steven Pinker
Razão e Revolução – Herbert MarcuseFicha Técnica
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Sobre
Todo começo é uma promessa, ninguém sabe exatamente onde vai dar. Mas mal começa e parece que o final já se anuncia. Ninguém lida bem com a dolorosa certeza do fim, por isso os desvios, os dribles, os floreios. As palavras são uma maneira de dar sentido para o que acontece no meio do caminho e, por isso, são eróticas. Escrever bem é encontrar maneiras de alongar a distância entre o começo e o fim. Assim, a escrita bem feita é uma forma de erotismo que serve às coisas que não querem terminar. No podcast desta sexta, nos inspiramos em Anne Carson e conversamos sobre “fazer amor com a palavra”.
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A filosofia é um grande recomeço que acontece no pensamento. Não somos capazes de pensar tudo e, por isso, precisamos sempre e mais uma vez voltar a perguntar o porquê das coisas. Assim, a filosofia submete o pensamento a uma prova de valor, por que pensamos do jeito que pensamos? Ou seja, não basta pensar, é necessário repensar. Através de uma atividade sempre recomeçada, nos tornamos capazes de ver no pensamento o que há de novo, encontrar suas potências e levá-lo para outros lugares. No podcast desta sexta, recomeçando as atividades este semestre, falamos da necessidade tão singular da filosofia, onde "a primeira já é a segunda"
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A filosofia e a poesia lembram que cada palavra contém seu próprio infinito. Cada poesia é uma chance, cada filosofia é um acesso, e cada um de nós procura uma abertura. No último podcast do semestre, homenageamos a poeta Adélia Prado e brincamos de procurar o deus adormecido, que escondeu “o universo num caroço de azeitona”.
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