Avsnitt
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Os discursos de ódio estão na ordem do dia, parecem ressurgir um pouco por todo o mundo, dividindo as pessoas, acentuando a discriminação.
O que é o ódio coletivo? Quais são os rastilhos que o propagam? Que processos psicológicos lhe estão subjacentes?
A psicóloga social Isabel Rocha Pinto e o comunicador Hugo van der Ding levam-nos às profundezas do ódio, descrevendo os processos psicossociais associados e chamando a atenção para as consequências históricas do ódio coletivo.
Nunca é demais relembrar o seu efeito pernicioso: veja-se o Holocausto ou os linchamentos raciais nos Estados Unidos perpetrados pelo Ku Klux Klan.
Numa altura em que se assiste à disseminação e legitimação de discursos de ódio coletivo, importa lembrar as consequências desastrosas que pode gerar, para que a história não se repita.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Artigo disseminação:
Pinto, I. R., Carvalho, C. L, Magalhães, M., Alves, S., Bernardo, M., Lopes, P. & Carvalho, C. (2023). «Understanding the rise in online hate speech in Portugal and Spain: a gap between occurrence and reporting». The Social Observatory: Fundação La Caixa.
Livros:
Allerfeldt, K. (2024). «Ku Klux Klan: Uma História Americana». Tradução Rui Elias. Casa das Letras.Di Fátima, B. (Org. 2024). «Online hate speech trilogy». Labcom, Comunicação e Artes.
Solano Gallego, E. (Org., 2018). «O ódio como política: a reinvenção das direitas no Brasil». Boitempo Editorial.
Strossen, N. (2018). «HATE: Why we should resist it with free speech, not censorship (inalienable rights)». Oxford University Press
Documentários:
«Hitler e os Nazis: O Mal no Banco dos Réus» (série documental Netflix)«Our Boys » (série documental HBO)
«America after Charleston» (documentário PBS)
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HUGO VAN DER DING
Nasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.
ISABEL ROCHA PINTO
Psicóloga social, diretora do Laboratório de Psicologia Social e professora associada na Universidade do Porto. É investigadora no Centro de Psicologia da Universidade do Porto.Os seus principais interesses de investigação focam-se nas consequências sociais do crime (nomeadamente económico e de ódio), da adesão a extremismos e radicalização social. -
Qual é a importância dos bancos no ecossistema de uma sociedade?
O economista José Alberto Ferreira responde: os bancos nasceram com o objetivo de democratizar o acesso a financiamento, e para permitir que possamos receber os nossos salários num lugar seguro, em vez de sermos pagos em malas de euros ou barras de ouro. Porém, pela enorme influência que têm na Economia, os bancos encontram-se por vezes envolvidos em situações polémicas.
Como explica o especialista, os bancos são empresas especiais, com um modelo de negócio peculiar: comprar dinheiro a curto prazo para poder emprestá-lo a longo prazo, apoiando a iniciativa privada, ajudando a economia a crescer, e cidadãos a comprar casa, entre muitas outras funções que ficará a conhecer neste episódio.
Este modelo acarreta algum grau de fragilidade: os bancos vivem da circulação de dinheiro e da confiança; em momentos de crise, quando a confiança se perde e o pânico impera, a corrida para levantamento dos depósitos pode descapitalizar um banco.
É nessa altura que se observa uma outra característica do sector bancário: as instituições que dele fazem parte são interdependentes e emprestam (muito!) dinheiro umas às outras. Sendo os governos parte integrante deste setor, em que situações pode justificar-se a intervenção do Estado para ajudar um banco?
O economista vai dar a conhecer diferentes tipos de bancos, desde os comerciais aos de investimento, passando pelas fintech, pelos bancos de fomento, e também a nova tendência: os bancos digitais. Nesta ida ao banco, a comunicadora Mariana Alvim tentará compreender melhor a influência e a relevância que estes têm nas nossas vidas.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Artigos científicos e livros:
Brunnermeier, M. K., & Reis, R. (2023). «A crash course on crises: Macroeconomic concepts for run-ups, collapses, and recoveries». Princeton University Press.Reis, R. (2020). «Do FMI à pandemia: Portugal entre crises». Relógio D'Água (capítulos 2 e 3)
Diamond, D. W., & Dybvig, P. H. (1983). «Bank runs, deposit insurance, and liquidity». Journal of Political Economy, 91(3), 401-419.
Diamond, D. W., & Rajan, R. G. (2001). «Liquidity risk, liquidity creation, and financial fragility: A theory of banking». Journal of Political Economy, 109(2), 287–327.
Ashcraft, A B (2005). «Are banks really special? New evidence from the FDIC-induced failure of healthy banks». The American Economic Review 95(5): 1712–1730.
Links úteis:
Sobre risco sistémico: o caso do BPN (Jornal de Negócios)Entrevista (de vida e de obra) a Ben Bernanke, Nobel da Economia 2022
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MARIANA ALVIM
Locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.
JOSÉ ALBERTO FERREIRA
Doutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial. -
Hipnose, terapias regressivas, canabinóides, LSD, ketamina, psilocibina, ayahuasca, anfetaminas…
Não, este episódio não é um regresso (ou uma ‘trip’) aos anos 60: é uma viagem factual aos efeitos destas substâncias no contexto terapêutico, que voltaram a estar na ordem do dia, e agora por melhores razões.
Demonizados durante décadas, os psicadélicos estão, neste momento, a ser objeto de estudo profundo, como formas de mitigar eficazmente as chamadas depressões «major» ou como adjuvantes da psicoterapia, para que se obtenham resultados mais rápidos e eficazes.
A neurocientista Luísa Lopes vai explicar onde e como atuam no cérebro, e a razão para deverem ser sempre administrados com acompanhamento médico: é que não existe um efeito comum a todos os seres humanos, ou seja, estas substâncias dependem do contexto físico e psíquico de cada um.
Mas Rui Maria Pêgo quis saber mais: fascinado pelas terapias regressivas e pela hipnose, questionou a especialista sobre a sua validade, os seus efeitos ao nível cerebral, e ainda quis conhecer melhor o Dr. Placebo.
Conhece o Dr. Placebo? Será mais um que teremos todo o gosto em lhe apresentar.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Livros:
Teresa Mota, «Admirável placebo» (Caminhos de Pax, 2013)Seybert, C., Cotovio, G., Madeira, L. et al. «Psychedelic treatments for mental health conditions pose challenges for informed consent». Nat Med 29, 2167–2170 (2023)
Artigos:
«A mente como medicamento?», de Luísa Lopes (Público)«Do Psychadelics have a role in psychiatrics?», de Walter S. Dunn (UCLA Health)
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RUI MARIA PÊGO
Tem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.
Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.
LUÍSA LOPES
Neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências pela na Faculdade de Ciências de Lisboa. -
Desde 7 de outubro de 2023, ouvimos falar do conflito israelo-palestiniano todos os dias. Mas as tensões naquela parte do globo não são de agora. Nas últimas décadas, o conflito que se intensificou brutalmente no último ano, tem sido parte habitual das notícias.
Como se explica tanta discórdia com consequências tão nefastas sobre um território do tamanho do Alentejo?
O politólogo João Pereira Coutinho vai levar-nos às origens do sionismo, e às tensões, perseguições antisemitas e atrocidades históricas cometidas sobre os judeus que levaram boa parte a defender a necessidade de encontrar um lar para «um povo com excesso de História e déficit de geografia». Vai falar também de quem, dentro do judaísmo, se afastava desta solução, por motivos religiosos e políticos.
Levar-nos-á, de seguida, numa viagem até ao outro lado, o dos palestinianos, que legitimamente reivindicam a criação do seu próprio Estado num território por si já habitado.
E se os caminhos deste conflito são sinuosos, vão todos dar a Inglaterra, que no início do século XX, alimentou desejos que se têm provado irreconciliáveis. De lá para cá, tudo se complicou.
Haverá solução? E como se parecerá?
REFERÊNCIAS ÚTEIS
Bensoussan, Georges, «As Origens do Conflito Israelo-Árabe, 1870-1950» (Guerra & Paz)Cohn-Sherbok, Dan e Dawoud El-Alami, «The Palestine-Israeli Conflict: A Beginner's Guide» (Oneworld)
Ghattas, Kim, «Black Wave: Saudi Arabia, Iran and the Rivalry That Unravelled the Middle East» (Wildfire)
Herzl, Theodore, «The Jewish State» (Skyhorse)
Milton-Edwards, Beverley e Stephen Farrell, «Hamas: The Quest for Power» (Polity)
Shambrook, Peter, «Policy of Deceit: Britain and Palestine, 1914-1939» (Oneworld)
Stanislawski, Michael, «Zionism: A Very Short Introduction» (Oxford)
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MANUEL CARDOSO
É humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021
JOÃO PEREIRA COUTINHO
Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. -
Através da distinção entre nós e os outros - o ‘nosso grupo’ e o grupo dos ‘outros’ - construímos a nossa identidade e ganhamos sentido de pertença, compreendemos as relações entre uns e outros e damos-lhes significado.
Mas quando não toleramos opiniões diferentes da nossa (mesmo que moderadas), quando discriminamos e desumanizamos os outros que consideramos diferentes, deixamos de ter uma visão binária da realidade e estamos então perante o chamado extremismo.A psicóloga social Isabel Rocha Pinto e o comunicador Hugo van der Ding levam-nos às profundezas do radicalismo e das formas subtis que pode tomar para atrair aqueles que se sentem excluídos da sociedade, e que, por isso, estão mais vulneráveis a discursos que lhes dão um sentido de identidade e de propósito.
Certamente já depreendeu que este episódio está recheado de exemplos que explicam as razões que podem levar um jovem a pertencer a grupos extremistas como o Daesh, a acreditar num regime Nazi, a pertencer a uma seita ou a um culto ou, no passado, a contribuir para o extermínio de povos em nome da religião.
No final, uma pergunta fica no ar: haverá solução para o extremismo?
LINKS E REFERÊNCIAS ÚTEIS
Documentários
«Jonestown»
«Relato de extremista»Livros
Ventura, J. P. & Carvalho, C. M. (2020). «Da radicalização ideológica ao terrorismo: Uma digressão». Diário de Bordo.Breton, A., Galeotti, G., Salmon, P. & Wintrobe, R. (2002). «Political extremism and Rationality». Cambridge University Press.
Hogg, M. & Blaylock, D. L. (2011). «Extremism and the Psychology of Uncertainty». Wiley-Blackwell
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HUGO VAN DER DING
Nasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.
ISABEL ROCHA PINTO
Psicóloga social, diretora do Laboratório de Psicologia Social e professora associada na Universidade do Porto. É investigadora no Centro de Psicologia da Universidade do Porto.Os seus principais interesses de investigação focam-se nas consequências sociais do crime (nomeadamente económico e de ódio), da adesão a extremismos e radicalização social. -
Cada vez mais jovens altamente qualificados mudam-se para os EUA, o Canadá ou os Países Baixos fazendo da exportação de talento um dos maiores «assets» de Portugal dos últimos anos.
Esta tendência é uma novidade para um país que nas décadas de 1960, 1970 e 1980 se caracterizava por exportar mão-de-obra pouco qualificada.
Mas já é bem conhecida noutras geografias. E a globalização tornou mais fácil essa mobilidade. A livre circulação de pessoas com recursos especializados ou com vontade de os melhorar abriu-se aos jovens portugueses: «já temos um milhão de bebés Erasmus», refere o economista José Alberto Ferreira, a propósito dos efeitos secundários desta diáspora de cérebros.
Contudo, a ‘fuga’ de talento levanta questões sobre o impacto económico no país. Se é uma realidade que se perdem empreendedores e oportunidades para a criação de empresas, também é verdade que o conhecimento continua a circular entre os que vão e os que ficam.
Por outro lado, as empresas portuguesas precisam de evoluir no que toca à valorização destas pessoas. Será que vamos conseguir reter jovens qualificados em Portugal?
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISPires, R. P., Vidigal, I., Pereira, C., Azevedo, J., & Veiga, C. M. (2024). Emigração Portuguesa 2023: Relatório Estatístico. Observatório da Emigração e Rede Migra, CIES-Iscte.
Instituto Nacional de Estatística, I.P. (2023). O que nos dizem os Censos sobre a população de nacionalidade estrangeira residente em Portugal.
Três estudos sobre a nova emigração portuguesa (pp. 7–36). Observatório da Emigração, CIES-Iscte.
Docquier, F., & Rapoport, H. (2012). Globalization, brain drain, and development. Journal of Economic Literature, 50(3), 681–730.
Gibson, J., & McKenzie, D. (2011). Eight questions about brain drain. Journal of Economic Perspectives, 25(3), 107–128.
Breschi, S., Lissoni, F., & Miguelez, E. (2017). Foreign-origin inventors in the USA: Testing for diaspora and brain gain effects. Journal of Economic Geography, 17(5), 1009–1038.
Choudhury, P., Ganguli, I., & Gaulé, P. (2023). Top talent, elite colleges, and migration: Evidence from the Indian Institutes of Technology. Journal of Development Economics, 164, 103120.
In Pertinente Economia: Dicionário de Inovação, Ensino Superior - Para todos?, Como ajudar um pequeno negócio a crescer?
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MARIANA ALVIM
Locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.
JOSÉ ALBERTO FERREIRA
Doutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial. -
Sabia que alguns animais se reconhecem a si mesmos ao espelho? Que os elefantes memorizam caras, caminhos, lugares e demonstram empatia? E que os polvos são capazes de encontrar o fim de um labirinto ou abrir frascos com comida lá dentro?
Podemos ter a arrogância de achar que a nossa inteligência é a medida para todas as outras. Mas, talvez nos devêssemos questionar: seremos inteligentes o suficiente para compreender a inteligência dos animais?
A neurocientista Luísa Lopes e o apresentador Rui Maria Pêgo conduzem um episódio fascinante sobre o cérebro de alguns animais e sobre as capacidades extraordinárias que eles demonstram.
Vai ouvir falar da «orca influencer» que lançou uma nova moda nos mares, da capacidade dos roedores de sentirem o stress dos outros ou dos talentos dos chimpanzés.
E este episódio não poderia terminar de melhor forma: Luísa Lopes vai falar da experimentação animal para deixar uma nota de respeito e de limites éticos para com estes seres, que tanto nos ajudam na compreensão de algumas doenças e do funcionamento profundo do cérebro.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
LIVRO
Frans de Waal, Are we smart enough to know how smart animals are?VÍDEOS E DOCUMENTÁRIOS
Netflix:
Inside the Mind of a Dog
Orcas usam salmão como chapéu
Bunny, o cão que fala. Sabe, alegadamente, 92 palavras!
[IN] PERTINENTE CIÊNCIA
Serão os animais capazes de pensar?
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RUI MARIA PÊGO
Tem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.
Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.
LUÍSA LOPES
Neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências pela na Faculdade de Ciências de Lisboa. -
João Pereira Coutinho e Manuel Cardoso conversam hoje sobre as características dos regimes totalitários.
Como diz o humorista: «vamos falar de temas leves». Este episódio explora o nazismo e o comunismo, os pensadores que os favoreceram – e outros cujas teorias foram deturpadas – e ainda o contexto que tornaram ambos possíveis.
Falamos de Hobbes e Hegel, de Nietzsche, Rousseau e Arendt. Exploramos o modo como nos estados totalitários desvanecem as fronteiras entre o público e o privado. E de como, no século XX, a vigilância de alguns estados se imiscuiu nos próprios sonhos dos cidadãos.
Falamos de linguagem e dos objetivos dos sistemas políticos que, ainda há poucas décadas, se impuseram omnipresentes e omnipotentes.
Hitler, Estaline, Salazar… afinal, o que distingue o autoritarismo do totalitarismo? E numa sociedade transparente, de redes, likes e DMs, que ferramentas tem um líder totalitário ao seu dispor?
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Bibliografia
Arendt, Hannah, «As Origens do Totalitarismo» (Dom Quixote)Beradt, Charlotte, «O Terceiro Reich do Sonho» (VS Editor)
Gentile, Emilio, «História do Fascismo», 2 vols. (Guerra & Paz)
Han, Byung-Chul, «A Sociedade da Transparência» (Relógio D’Água)
Ryback, Timothy, «Takeover» (Knopf)
Pinto, António Costa (org.), «O Estado Novo de Salazar - Uma terceira via autoritária na era do fascismo» (Edições 70)
Schmitt, Carl, «O Conceito do Político» (Edições 70)Ziblatt, Daniel, «Conservative Parties and the Birth of Democracy» (Cambridge)
Livro
«1984», de George Orwell
Filme
«Fight Club», de David Fincher
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MANUEL CARDOSO
É humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021
JOÃO PEREIRA COUTINHO
Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. -
Se responder como a grande maioria das pessoas, provavelmente acha que sim, que vivemos tempos de maior insegurança e que a criminalidade está cada vez mais presente nas nossas vidas.
Porém, os dados contrariam essa perceção: a criminalidade violenta e grave não tem aumentado em Portugal e são os pequenos crimes que assumem maior peso na criminalidade registada.
Mas, então, por que razão temos a sensação contrária? A psicóloga social Isabel Rocha Pinto dá a resposta na sua estreia no [IN] Pertinente Sociedade.
Acompanhada pelo comunicador Hugo van der Ding, a especialista vai explicar como é que a perceção da insegurança se constrói – e como raramente acompanha a evolução efetiva da criminalidade – e esclarece também a razão pela qual o crime tem um papel essencial na proteção e validação de alguns valores fundamentais da sociedade, tais como a justiça e a igualdade.
A dupla vai ainda explorar como as redes sociais e a informação consumida pelos cidadãos pode deixá-los mais vulneráveis a discursos que fomentam o medo e exacerbam a ideia de insegurança.
A criminalidade vai ser o tema de destaque destes últimos quatro episódios de 2024 do [IN] Pertinente Sociedade.
LINKS E REFERÊNCIAS ÚTEIS
Séries, documentários e vídeos«Black Mirror» (Netflix): temporada 2, episódio 2 - «White Bear»
«Criminal UK» (Netflix): temporada 2, episódio 3 - «Danielle»
«A Sociedade do medo», de Adriana Dutra
«The Perception Vs. Reality Of Violent Crime In America» (NBC News)
«Is the Media Altering Our Perception of Crime?» (VICE)
Literatura científica
Ben-Yehuda, N. (1990). «Positive and negative deviance: More fuel for a controversy». Deviant Behavior, 11(3), 221-243.
Durkheim, E. (1930/1998). «De la division du travail social». Paris: PUF.
Erikson, K. (1966). «Wayward puritans: A study in the sociology of deviance». Wiley.
García-Castro, J. D. & Pérez-Sánchez, R. (2018). «Fear of Crime and Cultivation Effect. Social and Psychological Predictors». Universitas Psychologica, vol. 17, no. 3.
Pinto, I. R. & Marques, J. (2024). «The role of group (in)efficacy in controlling deviance on group cohesion and on social identity management strategies: Social control identity motivated model». Group Processes & Intergroup Relations, 0(0).
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HUGO VAN DER DING
Nasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.
ISABEL ROCHA PINTO
Psicóloga social, diretora do Laboratório de Psicologia Social e professora associada na Universidade do Porto. É investigadora no Centro de Psicologia da Universidade do Porto.Os seus principais interesses de investigação focam-se nas consequências sociais do crime (nomeadamente económico e de ódio), da adesão a extremismos e radicalização social. -
Nos anos 40, enquanto muitas economias sofriam com os efeitos da Segunda Guerra Mundial, Portugal criava o seu primeiro excedente da balança comercial, graças à exportação de grandes quantidades de volfrâmio, um minério essencial no fabrico de armamento.
Este momento da História é um bom ponto de partida para o tema do episódio: como evoluíram as exportações portuguesas nas últimas décadas? Qual a importância das trocas comerciais para a economia de um país?
O economista José Alberto Ferreira conta a história da internacionalização da nossa economia, trazendo curiosidades e dados que vai querer conhecer.Vale a pena ouvir este [IN] Pertinente para ficar a saber que, ao contrário do que pensava a radialista Mariana Alvim (e talvez a maioria de nós), a grande parte das nossas exportações de bens já não são de vinho ou cortiça, mas sim de automóveis, de material de transporte e de peças para a alta tecnologia, nomeadamente para as indústrias aeronáutica e aeroespacial.
Este é um episódio cheio de valor que, hoje, exportamos até si.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Amador, J., Cabral, S., & Ringstad, B. (2020). «Features of Portuguese international trade: A firm-level perspective.», Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Bonfim, D., Custódio, C., & Raposo, C. (2023). «Supporting small firms through recessions and recoveries., Journal of Financial Economics, 147(3), 658-688.Avelãs Nunes, J. P. (2010). «O Estado Novo e o volfrâmio (1933-1947): Actividade mineira, 'Grande Depressão' e Segunda Guerra Mundial.», Imprensa da Universidade de Coimbra.
Portela, M., Alexandre, F., & Costa, H. (2021). «Crescimento para a fronteira da produtividade: Os empreendedores e as suas circunstâncias. In Do made in ao created in: Um novo paradigma para a economia portuguesa.», Lisboa, Portugal: Fundação Francisco Manuel dos Santos.Dados sobre as empresas exportadoras portuguesas (Banco de Portugal)
Dados (mensais) de exportações portuguesas (Banco de Portugal)
Os maiores exportadores (ECO)
Economia portuguesa nos anos do volfrâmio (Fundação Francisco Manuel dos Santos)
Exportações portuguesas na última década:
Alta tecnologia (bens)
Os maiores exportadores
Os ganhos do quota de mercado
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MARIANA ALVIM
Locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.
JOSÉ ALBERTO FERREIRA
Doutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial. -
‘Burro velho não aprende línguas’.
‘A música clássica torna as crianças mais inteligentes’.
'Usamos apenas 10% do nosso cérebro'.
Estes são apenas alguns dos muitos mitos sobre o funcionamento do cérebro. Neste episódio, a neurocientista Luísa Lopes vai conversar com Rui Maria Pêgo e explicar quais são verdade e quais estão longe da realidade. Ou até se, para alguns deles, a ciência ainda não tem resposta.O ser humano adora os mitos, lendas urbanas que se propagam entre as pessoas e se vão repetindo ao longo de gerações, transformando-se em verdades absolutas quando, muitas vezes, não têm qualquer base científica.
Há uma razão para isso: os mitos são estruturas de suporte que satisfazem a necessidade que o ser humano tem de certezas absolutas, de resolver a angústia que a incerteza lhe provoca. Os mitos são formas de dar alguma organização ao mundo.
Mas, sejamos justos: alguns até são comprovados pela Ciência, no todo ou em parte. Quer saber quais são? Fique para ouvir, sabendo no entanto que este episódio poderá desconstruir alguma harmonia fictícia do seu universo.
Moheb Costandi, NeuroplasticityJosé M. Ferro, Neurologia FundamentalAlexandre Castro Caldas e Joana Rato, NeuromitosFederação de neurociências europeia
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
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RUI MARIA PÊGO
Tem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.
Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.
LUÍSA LOPES
Neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências. -
‘A história da Humanidade é a história das suas guerras’, dizia Winston Churchill. Será de facto assim? Será a violência a matriz da civilização e o medo desta a «cola» da sociedade?
No topo das prioridades de qualquer sociedade estão, em primeiro lugar, a paz e a segurança; mas, ao longo dos tempos, a violência tem sido necessária para se fazerem revoluções e, com isso, se operarem mudanças.
Neste episódio, o politólogo João Pereira Coutinho e o comunicador Manuel Cardoso falam sobre o papel da violência no pensamento político e na história, num momento em que as guerras se alastram pelo mundo, os extremismos ganham força e os atentados a candidatos à presidência fazem de novo manchetes.
O que representam estes acontecimentos para a democracia? Vale a pena ouvir para refletir.
REFERÊNCIAS ÚTEIS
Arendt, Hanna, «Sobre a Violência» (Relógio D’Água)Hobbes, Thomas, «Leviatã» (BookBuilders)
Locke, John, «Dois Tratados do Governo Civil» (Edições 70)
Robespierre, Maximilien, «Terror e Virtude» (BookBuilders)
Walter, Barbara F, «Como as Guerras Civis Começam» (Zahar)
Weber, Max, «A Política como Vocação / A Ciência como Vocação» (BookBuilders)
«Leviatã», filme de Andrey Zvyagintsev«Assassins», musical de Stephen Sondheim
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MANUEL CARDOSO
É humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021
JOÃO PEREIRA COUTINHO
Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. -
Estaremos a educar as crianças para serem corajosas e assertivas? De que modo aceitam as organizações pessoas com estas características? O que tem a coragem a ver com autoridade?
Coragem é agir de acordo com os nossos princípios e saber dizer 'não', aceitando as consequências que daí advêm. Assertividade é a coragem social, manter a nossa posição sem atacar o outro, ser capaz de ouvir e respeitar o outro e manter a nossa posição.
A psicóloga Ana Moniz garante que estas duas características estão interligadas e explica que ambas se relacionam com a autoridade, com o poder e com o conhecimento que temos sobre determinado assunto: quanto maior este é, mais capazes somos de ser assertivos.
Contudo, o respeito pela autoridade que temos interiorizado afeta a noção de risco pessoal: quanto mais distantes estamos do poder, menor é a capacidade que temos para o questionar.
O último episódio com a especialista vai debruçar-se sobre este tema, apoiando-se nos estudos e casos referidos na sua obra «Este livro não é para fracos».
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Carlo Strenger, «O medo da insignificância - Como dar sentido às nossas vidas no Século XXI» (Lua de Papel)
Barbara Ehrenreich, «Smile or Die - How Positive Thinking Fooled America and the World» (Granta Books)Brenée Brown, «Daring Greatly - How Courage to be Vulnerable Transforms the Way We Live, Love, Parent and Lead» (Avery)
Susan David, «Emotional Agility: Get Unstuck, Embrace Change, and Thrive in Work and Life» (Penguin Life)
David Dias Neto, «Psicoterapia - A Cura pelo Diálogo» (Edições Sílabo)
Amy C. Edmondson, «The Fearless Organization: Creating Psychological Safety in the Workplace for Learning, Innovation, and Growth» (Wiley)
Thomas Curran, «The Perfection Trap: The Power of Good Enough In A World That Always Wants More» (Cornerstone Press)
Ana Moniz, «Este livro não é para fracos» (Planeta)
HR CONGRESS WORLD SUMMIT, «The Fearless Organization»
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HUGO VAN DER DING
Nasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.
ANA MONIZ
Psicoterapeuta de adultos e adolescentes, e professora convidada na Nova SBE. É executive e team coach, certificada pela ACTIVISION, formadora na Associação Portuguesa de Terapias Cognitivas, Comportamentais e Integrativas, atuando também em contexto organizacional nas áreas comportamentais. -
Como é que os agentes económicos tomam decisões? Como é que o tempo, passado ou futuro, influencia a tomada de decisões? Qual é a diferença entre racionalidade e expetativas racionais?
Neste episódio, Mariana Alvim desafia o economista José Alberto Ferreira a explicar como funciona a racionalidade na economia.
Tomar uma decisão económica pode até ser relativamente simples quando, por exemplo, estamos a escolher o que comer num restaurante. Já a compra de um carro ou de uma casa implica ter em consideração outros fatores: os recursos disponíveis – que, para a maioria das pessoas, são finitos – ou a qualidade de vida presente e futura.
A propósito destes temas, José Alberto traz para a conversa a famosa Curva de Phillips e os enormes contributos do nobel da economia Bob Lucas para o desenvolvimento da ciência económica. Guiado por Mariana Alvim, o economista fala também sobre como o acesso à informação pode condicionar as expetativas.Este é um episódio de Economia que, afinal, tem muito de Psicologia.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Artigos científicos
D'Acunto, Malmendier, & Weber (2023). «What do the data tell us about inflation expectations?», Handbook of Economic Expectations, Ch. 5, Academic Press.
Coibion, Gorodnichenko, & Weber (2022). «Monetary Policy Communications and Their Effects on Household Inflation Expectations», Journal of Political Economy.
Malmendier, U., & Tate, G. (2005). «CEO overconfidence and corporate investment.», The Journal of Finance, 60(6), 2661-2700.
Links úteis
Ricardo Reis, no Expresso: «Bob Lucas, a sua crítica e as Expectativas Racionais nas palavras».
Biografia de Bob Lucas.
Podcast sobre a história da Curva de Phillips.
«Macroeconomics after Lucas»: o impacto de Bob Lucas no estudo da macroeconomia, segundo Tom Sargent (Nobel da Economia, 2011).BIOS
MARIANA ALVIM
É locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.JOSÉ ALBERTO FERREIRA
Doutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial. -
A plasticidade cerebral está na ordem do dia e tem permitido avanços científicos notáveis na saúde humana, potenciados pela tecnologia. E ninguém melhor que a neurocientista Luísa Lopes para a explicar, guiada pela curiosidade de Rui Maria Pêgo.
A plasticidade cerebral traduz a capacidade do cérebro de se ajustar e alterar ao longo da vida, em função de novas experiências e contextos. Esta incrível capacidade é especialmente relevante quando ocorrem lesões físicas, já que o nosso cérebro responde a estas lesões reorganizando-se através de uma ‘capacidade de redundância’. Na prática, isso significa que há áreas cerebrais que conseguem fazer a vez de outras e assim reproduzir a função que foi afetada.
Esta plasticidade cerebral é também fundamental na aprendizagem e na memória, e apesar de o cérebro ser tonar menos flexível com a idade, consegue manter a sua capacidade de desenvolvimento. Por isso, sabemos hoje, que «uma das formas comprovadas de prevenir a demência e o declínio cognitivo é sempre aprender coisas novas», diz a neurocientista.
Mas há mais a descobrir neste episódio, porque os avanços da Ciência no conhecimento destas capacidades cerebrais têm sido incríveis e já fazem parte da nossa realidade.
São prova disso o ‘olho biónico’ implantado pelo médico João Lobo Antunes num paciente cego, os benefícios do «Neurofeedback» e as possibilidades futuras dos implantes cerebrais que tanto fascinam Elon Musk.
Onde fica a ética nestas soluções? Deve estar em todo o lado, como bem dizem Luísa Lopes e Rui Maria Pêgo; mas que o nosso cérebro supera a ficção é um facto acima de todas as dúvidas.
REFERÊNCIAS ÚTEIS
Moheb Costandi, «Neuroplasticity» (The MIT Press Essential Knowledge)José M. Ferro, «Neurologia Fundamental» (Lidel)
BIOS
RUI MARIA PÊGO
Tem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.
Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.
LUÍSA LOPES
Neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências. -
Direitos morais, direitos legais...os animais têm direitos? E, se sim, quais?
Neste episódio, João Pereira Coutinho e Manuel Cardoso discutem sobre se devemos reconhecer direitos a quem não os pode articular e reivindicar ou se essa é uma prerrogativa exclusiva dos humanos.
À medida que o papel emocional dos animais foi substituindo o seu papel funcional, e que as sociedades se tornaram mais afluentes e atomizadas, os animais assumiram um lugar central nas nossas vidas.
Os seus direitos começam a ser reclamados no século XIX, mas são temporariamente eclipsados na primeira metade do século XX, face ao horror das duas grandes guerras. Na década de 60, são retomados, em paralelo com várias lutas que se travavam então pelos direitos civis de diferentes minorias.
Hoje, a causa animal já influencia os resultados eleitorais de democracias, incluindo a nossa.
Como nos verão os nossos bisnetos, daqui a 200 anos, pensando nas práticas dos dias de hoje? Fica a pergunta.REFERÊNCIAS ÚTEIS
Cohen, Carl e Tom Regan, «The Animal Rights Debate» (Rowman & Littlefield)DeGrazia, David, «Animal Rights: A Very Short Introduction» (Oxford)
Edmonds, David, org.,«Future Morality» (Oxford)
Scruton, Roger, «Animal Rights and Wrongs» (Continuum)
Singer, Peter, «Animal Liberation Now» (Vintage)
London, Jack, «The Call of the Wild» (Porto Editora)
Torga, Miguel, «Bichos» (Dom Quixote)
Vladimov, Georgi, «Faithful Ruslan» (Simon & Schuster)
BIOS
MANUEL CARDOSO
É humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021
JOÃO PEREIRA COUTINHO
Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. -
Extremamente exigentes consigo próprios e profundamente autocríticos. Não admitem a hipótese de falhar e evitam situações de competição, a não ser que dominem a tarefa.
Possivelmente conhecemos pessoas assim, mas não imaginamos o sofrimento que estes comportamentos acarretam. A psicóloga Ana Moniz diz que o perfecionismo é um funcionamento aditivo e destrutivo, que procura defender-se do julgamento dos outros. E explica que os perfecionistas são, por isso, «alvos fáceis» de distúrbios de saúde mental, como a depressão e o burnout.
Mas os perfeccionistas não são ‘apenas’ pessoas muito exigentes? Ana Moniz explica a grande diferença entre o perfeccionismo e a excelência: o segundo é flexível, o primeiro é rígido; o perfeccionismo implica uma total ausência de satisfação com o que se consegue alcançar e traz consigo emoções como a culpa, a vergonha, e a tão famosa síndrome do impostor. Acontece nos homens, mas sobretudo nas mulheres, que normalizam o sofrimento como fazendo parte do processo.
Como podemos combater o perfecionismo numa sociedade tão focada para os resultados? É a esta e a muitas outras perguntas a que a dupla vai responder.
Contactos de apoio e prevenção do suicídio:
SOS Voz Amiga - 213 544 545; 912 802 669; 963 524 660
Conversa Amiga - 808 237 327; 210 027 159
SNS 24 Serviço Nacional de Saúde - 808 24 24 24
Carlo Strenger, «O medo da insignificância - Como dar sentido às nossas vidas no Século XXI» (Lua de Papel); Barbara Ehrenreich, «Smile or Die - How Positive Thinking Fooled America and the World» (Granta Books); Brené Brown, «Daring Greatly - How Courage to be Vulnerable Transforms the Way We Live, Love, Parent and Lead» (Avery);Susan David, «Emotional Agility» (Penguin Life);David Dias Neto, «A Cura pelo Diálogo» (Edições Sílabo);Amy C. Edmondson, «The Fearless Organization: Creating Psychological Safety in the Workplace for Learning, Innovation, and Growth» (Wiley);Thomas Curran, «The Perfection Trap» (Cornerstone Press);Ana Moniz, «Este livro não é para fracos» (Planeta); HR CONGRESS WORLD SUMMIT, «The Fearless Organization»
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISBIOS
HUGO VAN DER DING
Nasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.
ANA MONIZ
Psicoterapeuta de adultos e adolescentes, e professora convidada na Nova SBE. É executive e team coach, certificada pela ACTIVISION, formadora na Associação Portuguesa de Terapias Cognitivas, Comportamentais e Integrativas, atuando também em contexto organizacional nas áreas comportamentais. -
É claro para todos que a economia mexe o seu 'ponteiro' através do capital. No passado, a maioria de nós associava capital a elementos físicos e bem concretos: dinheiro, maquinaria, terrenos, entre outros. Porém, existe outro tipo de capital que tem vindo a adquirir cada vez mais valor: o capital intangível.
O que é a economia intangível? A radialista Mariana Alvim e o economista José Alberto Ferreira vão explicar, mas saiba que o software do seu computador, a marca de um produto, o intelecto de um/a cientista, a «receita» da Coca-Cola e até o talento de Cristiano Ronaldo são bons exemplos daquilo de que vamos falar neste episódio.Como pode existir capitalismo sem capital? Como se regulamenta este capital que não tem 'substância'? Como se distingue da inovação? Será gerador de desigualdades?
Venha ouvir e descubra exemplos bem tangíveis: como uma cientista roubou uma 'intangibilidade' de muitos milhões de dólares, de que maneira o Rock in Rio se defrontou com o Rock in Rio Febras ou, até, como o segredo da receita de uma avó pode ser algo muito valioso e a guardar a sete chaves.
REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS
Livro
Haskel, J., & Westlake, S. (2017). «Capitalism without capital: The rise of the intangible economy». Princeton University Press.
Artigos científicos
de Ridder, M. (2023). «Market power and innovation in the intangible economy». American Economic Review, 113(1), 110-140.Crouzet, N., Eberly, J. C., Eisfeldt, A. L., & Papanikolaou, D. (2022). «The economics of intangible capital». Journal of Economic Perspectives, 36(3), 29–52.
Schivardi, F., & Schmitz, T. (2020). «The IT revolution and Southern Europe’s two lost decades». Journal of the European Economic Association, 18(5), 2441–248
Links úteis
Banco Central Europeu: dados sobre o investimento em capital intangível na Zona Euro (até 2018)
BIOS
MARIANA ALVIM
É locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.JOSÉ ALBERTO FERREIRA
Doutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial. -
«Ser preguiçoso pode ser um ato político: prova disso é o ‘quiet quitting’», diz João Pereira Coutinho no episódio que lhe trazemos.
Já no século XIX, o ócio era um ato radical - exemplo disso, era a figura do ‘dandy’ ou ‘flaneur’ que desprezava o sistema político, considerando vulgares e exploratórias as suas práticas.
Mas deixe que o levemos mais atrás: sabia que as reivindicações pelo direito ao descanso são contemporâneas da Revolução Industrial? As proteções sociais que hoje tomamos por garantidas passaram por um longo processo no qual se foram conquistando, entre outros, o direito às férias, à assistência na doença e, finalmente, o direito ao lazer, consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Mas face a tão grandes avanços tecnológicos e aos extraordinários aumentos de produtividade, como se explica que ainda não tenhamos conquistado em pleno a fórmula preconizada no século XIX : «8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de descanso»?
Depois de tanta luta e conquista, será que nos damos ao direito de descansar? Seremos capazes de enfrentar o silêncio e a solidão que decorrem da inatividade?
A receita ideal entre fazer e deixar acontecer também depende da geografia e é bem possível que os povos do norte e do sul da Europa não encontrem acordo quanto a isto.
Quanto a si que está ou deseja estar de férias, fique descansado, não tem de saber a resposta a estas perguntas. Carregue no play e desfrute.
REFERÊNCIAS ÚTEIS
Banting, Madeline: «Willing Slaves: How the Overwork Culture is Ruling Our Lives» (Harper)Corbin, Alain: «História do Repouso» (Quetzal)
Graeber, David: «Trabalhos de Merda - Uma Teoria» (Edições 70)
Han, Byung-Chul: «A Sociedade do Cansaço» (Relógio d'Água)
Han, Byung-Chul: «Não-Coisas: Transformações no Mundo em que Vivemos» (Relógio d'Água)
Keynes, John M.: «Economic Possibilities for our Children» (1930)
Veblen, Thorstein: «The Theory of the Leisure Class» (Oxford Classics)
Lafargue, Paul: «O Direito à Preguiça» (Antígona)
Stevenson, Robert Louis: «Apologia do Ócio» (Antígona)
BIOS
MANUEL CARDOSO
É humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021
JOÃO PEREIRA COUTINHO
Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. -
Apesar de o cérebro ocupar 2% do nosso organismo, consome 20% da energia nosso corpo. É, assim, fácil de perceber que não é descabido falar de alimentação para este orgão vital.
Não estamos a falar de estimulação cerebral; reconhecemos a importância deste tipo de ‘alimento’, mas, neste episódio, Rui Maria Pêgo desafia a neurocientista Luísa Lopes a desvendar quais são os alimentos (e os respetivos benefícios) que não podem faltar na despensa e no frigorífico para garantir que o cérebro funciona em pleno.
Sabia, por exemplo, que a desidratação é extremamente nociva para o cérebro? Beber pouca água pode ter consequências mais simples, como as dores de cabeça, ou pode evoluir para questões mais graves, como a atrofia. Aliás, muitos dos problemas cerebrais dos idosos estão relacionados com o consumo deficiente de água.
Por outro lado, as gorduras dos peixes (como o salmão) e dos frutos secos são essenciais para a mielina (substância branca), para as hormonas cerebrais e para as membranas dos neurónios. Os frutos vermelhos, por serem ricos em antioxidantes e conterem resveratrol, também são essenciais. Assim como os ovos, o abacate ou o chocolate e a cafeína, que estimulam comprovadamente as funções cognitivas.
Se leu com atenção, reparou que pouco se falará de suplementos. Luísa Lopes garante que uma boa alimentação é a melhor receita e que a toma de suplementos deve ser sempre aconselhada por um médico, porque podem provocar reações complicadas.
REFERÊNCIAS ÚTEIS
Uma Naidoo, «Cérebro e Alimentação - Um Guia Completo sobre os Alimentos»
Floyd E. Bloom M.D., M. Flint Beal M.D., David J. Kupfer M.D., «The Dana Guide to Brain Health: A Practical Family Reference from Medical Experts»
BIOS
RUI MARIA PÊGO
Tem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.
Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.
LUÍSA LOPES
Neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências. - Visa fler